Quem já teve a oportunidade de ver uma coruja de perto sabe o quanto essa experiência é marcante. Os olhos penetrantes, o voo silencioso e o mistério que envolve essas aves noturnas despertam fascínio em qualquer amante da natureza. Mas a verdade é que se aproximar delas exige cuidado e respeito. Corujas não são animais de estimação, nem estão acostumadas com interações frequentes com humanos. Por isso, observar sem conhecimento pode trazer riscos tanto para quem se aproxima quanto para as próprias aves.

Com pequenas mudanças de comportamento e algumas técnicas simples, é possível vivenciar essa experiência única sem colocar ninguém em perigo. A seguir, você confere dicas práticas compartilhadas por observadores experientes e biólogos especializados.
Corujas: o encanto e a necessidade de respeito
As corujas são aves de rapina noturnas, presentes em diferentes regiões do Brasil e do mundo. Elas possuem hábitos silenciosos e territorialistas, o que significa que podem reagir se sentirem ameaçadas. Observar de perto é possível, mas o segredo está em respeitar seus limites. Quando seguimos as regras de segurança, não apenas preservamos a própria experiência, como também garantimos a proteção da espécie.
Evite aproximar-se do ninho
O primeiro ponto é nunca se aproximar de ninhos. Corujas protegem suas crias de forma agressiva e podem atacar se perceberem invasão. O ideal é manter distância mínima de 20 metros de locais suspeitos de abrigar filhotes. Caso perceba sinais de defesa, como gritos repetidos ou movimentos de voo em círculos, recue imediatamente. Essa é uma das formas mais eficazes de evitar riscos.
Use binóculos em vez de chegar muito perto
Muitos iniciantes pensam que para observar bem é necessário chegar a poucos metros da coruja. Na prática, binóculos de boa qualidade permitem ver todos os detalhes sem incomodar a ave. Esse equipamento amplia a experiência e ainda oferece segurança. Além disso, usar câmeras com lentes de zoom garante registros incríveis sem precisar avançar no território da coruja.
Escolha o horário correto
Corujas são mais ativas ao entardecer e durante a noite. Isso significa que observar durante o dia pode gerar estresse, já que é o período em que elas descansam. Ao escolher o momento certo, você encontra a ave em seu estado natural de atividade e diminui a chance de atrapalhar. Mas lembre-se: sempre mantenha silêncio e evite lanternas fortes, que podem desorientar o animal.
Evite movimentos bruscos e barulhos
Outro detalhe importante é a postura durante a observação. Falar alto, usar lanternas diretamente sobre a coruja ou se mover de forma brusca pode assustar a ave e até provocar ataques de defesa. O ideal é se deslocar devagar, em silêncio, usando roupas discretas que não chamem atenção. Quem já viveu essa experiência garante que o segredo é se comportar como parte do ambiente.
Não tente alimentar a coruja
Uma das maiores falhas cometidas por curiosos é oferecer comida. Além de ser prejudicial para a saúde da ave, isso pode alterar seus hábitos naturais de caça e até atrair a coruja de forma perigosa. Lembre-se: corujas são predadoras eficientes e não precisam de interferência humana. O mais responsável é apenas observar sem interagir.
Escolha locais seguros para observar
Muitos parques, reservas naturais e até áreas urbanas possuem corujas adaptadas ao ambiente humano. Buscar locais conhecidos por observadores aumenta a segurança, já que você terá mais informações sobre o comportamento da espécie naquela região. Além disso, nesses lugares é comum encontrar grupos guiados por especialistas, o que torna a experiência ainda mais rica.
Conheça os sinais de alerta da ave
Assim como cães e gatos demonstram quando estão incomodados, corujas também têm sinais de defesa. Estufar o corpo, bater asas de forma repetitiva ou vocalizar alto são indícios de que não estão à vontade. Ao notar esse comportamento, o recomendado é recuar calmamente. Respeitar os sinais significa não transformar a experiência em um risco desnecessário.
Equipamentos de proteção podem ajudar
Em alguns casos, observadores mais experientes recomendam o uso de chapéus, bonés ou até óculos de proteção, principalmente em áreas onde as corujas são conhecidas por proteger ninhos em zonas abertas. Embora raros, ataques podem ocorrer, e estar protegido é uma forma simples de garantir segurança.
A importância de não manipular corujas
Jamais tente segurar, acariciar ou capturar uma coruja. Além de perigoso, é crime ambiental no Brasil, já que elas fazem parte da fauna silvestre protegida por lei. Caso encontre uma ave machucada, o correto é acionar órgãos ambientais ou centros de reabilitação. Manipular sem conhecimento pode agravar ferimentos e colocar sua própria segurança em risco.
Histórias de observação responsável
Muitos grupos de observadores relatam que, ao adotar essas práticas, conseguem experiências incríveis. Uma estudante em Brasília contou que conseguiu acompanhar o voo de uma coruja-buraqueira em campo aberto por mais de uma hora apenas mantendo distância e usando binóculos. Já um grupo no interior de Minas Gerais observou um casal alimentar filhotes sem que houvesse qualquer sinal de estresse. Esses relatos confirmam que é possível unir segurança, respeito e encantamento.
Observar corujas de perto pode ser uma das experiências mais ricas para quem gosta de vida selvagem. Mas para que seja positiva, é essencial seguir as regras de segurança. Cada passo consciente garante não apenas sua integridade, mas também a preservação dessas aves fascinantes. Ao adotar essas práticas, você se aproxima do mundo das corujas com respeito e sai com memórias inesquecíveis.
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