Centros de Pesquisa em Inteligência Artificial buscam expandir o uso da tecnologia no Brasil

Autor: Redação Revista Amazônia

 

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), estabeleceu dez Centros de Pesquisa Aplicada em Inteligência Artificial com o objetivo de promover o uso dessa tecnologia em diversas áreas no país, como saúde, agricultura, indústria e cidades inteligentes. Esses centros estão distribuídos por diferentes regiões do Brasil e têm a missão de desenvolver soluções tecnológicas para desafios sociais e econômicos.

Os centros resultam de um acordo de 2013, que permitiu que a FAPESP utilizasse recursos gerados durante o período em que a Fundação administrou o registro de domínios e a alocação de endereços IP no Brasil. Hoje, eles reúnem 95 pesquisadores principais e mais de 700 associados, ligados a universidades, instituições de pesquisa, empresas e órgãos governamentais.

Cooperação e investimentos significativos nos centros

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Representantes dos dez novos centros de pesquisa – Fonte: Daniel Antônio/Agência FAPESP

Em outubro, representantes dos centros se reuniram na FAPESP para alinhar suas ações. Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP, destacou que o investimento total nos centros chega a R$ 100 milhões, com uma contrapartida equivalente de empresas parceiras. Cada centro receberá até R$ 1 milhão por ano durante dez anos, somando R$ 20 milhões por unidade de pesquisa.

Esses centros são uma peça-chave na estratégia nacional de desenvolvimento de inteligência artificial, alinhados ao Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), que prevê investimentos de R$ 23 bilhões até 2027. O PBIA foca em cinco áreas: infraestrutura, formação de profissionais, melhoria dos serviços públicos, inovação empresarial e governança regulatória.

Parcerias com a indústria

Um dos centros mais promissores é o Hub de Tecnologias Digitais (H4I), em Salvador, em colaboração com o Senai Cimatec. Esse centro tem o apoio de empresas como HP e Intel e visa criar uma plataforma aberta e multiusuário que ajudará pequenas e médias empresas a adotar soluções de ciência de dados e inteligência artificial para modernizar suas operações.

Outro exemplo é o Centro de Pesquisa Aplicada em Inteligência Artificial para a Indústria 4.0, localizado no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em São Paulo, que tem parcerias com empresas como Bosch, Siemens e Braskem. O foco do centro é aumentar a produtividade da indústria brasileira por meio de soluções como monitoramento em tempo real, sistemas autônomos de robótica e controle de cadeias de produção.

Desafios na qualificação profissional

Uma das maiores barreiras ao avanço da inteligência artificial no Brasil é a escassez de profissionais qualificados, um problema que afeta até o meio acadêmico, como aponta Fabio Cozman, coordenador do Centro de Inteligência Artificial (C4AI). Para enfrentar esse desafio, os centros estão investindo em programas de capacitação, incluindo cursos online que já atraíram mais de 100 mil participantes.

Além disso, iniciativas como o Centro de Inovação em Inteligência Artificial para a Saúde, sediado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), estão criando plataformas voltadas para o treinamento digital de profissionais de saúde e outros grupos, como estudantes e idosos, com o intuito de promover a alfabetização em inteligência artificial.

Esses esforços são cruciais para garantir que o Brasil esteja preparado para aproveitar todo o potencial da inteligência artificial, desde o desenvolvimento de tecnologias até sua aplicação prática em setores essenciais da economia.


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