Máximo Solar: Período de Maior Atividade Solar Começa Agora, Segundo NASA e NOAA

Autor: Redação Revista Amazônia

Previsto inicialmente para ocorrer somente em 2025, o máximo solar – período de maior atividade no atual ciclo de 11 anos do Sol – já começou. A confirmação veio durante uma coletiva de imprensa realizada na terça-feira, 15 de outubro de 2024, com representantes da NASA, da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) e do Painel Internacional de Previsão do Ciclo Solar.

Segundo o diretor de operações de clima espacial da NOAA, Elsayed Talaat, “Embora o Sol tenha entrado no período de máximo solar, o mês exato em que a atividade atingirá seu pico ainda é incerto e pode não ser identificado por meses ou anos.” Isso significa que, apesar de já estarmos em um período de alta atividade solar, o momento de maior intensidade pode se prolongar até o final de 2025.

O que é o máximo solar?

O máximo solar ocorre quando o Sol atinge o ponto mais ativo de seu ciclo magnético de aproximadamente 11 anos, conhecido como ciclo solar ou ciclo de Schwabe. Durante esse período, manchas solares, erupções e ejeções de massa coronal tornam-se mais frequentes. Essas manchas solares são áreas temporárias de intensa atividade magnética na superfície solar, onde ocorrem variações na temperatura e na luminosidade.

Máximo Solar: Período de Maior Atividade Solar Começa Agora, Segundo NASA e NOAAO ciclo solar foi descoberto no século 19 pelo astrônomo amador Heinrich Schwabe, que, ao observar o Sol por um longo período, notou que as manchas solares surgem de forma cíclica a cada 11 anos. Essa descoberta levou à compreensão de que o Sol passa por fases de calmaria e atividade intensa, o que impacta diretamente o clima espacial e o campo magnético da Terra.

Por que o máximo solar é importante?

Durante a coletiva de imprensa, Jamie Favors, diretor do Programa de Clima Espacial da NASA, destacou a relevância do máximo solar para a pesquisa científica: “Esse aumento na atividade solar oferece uma oportunidade emocionante para estudarmos nossa estrela mais próxima, mas também tem implicações reais para a Terra e nosso sistema solar.” De fato, o aumento de tempestades solares e ejeções de massa coronal pode causar desde belos espetáculos de auroras até impactos em satélites, redes elétricas e comunicações globais.

Como ocorre um máximo solar?

O ciclo solar é impulsionado pelo campo magnético do Sol, que inverte sua polaridade aproximadamente a cada 11 anos. Durante o máximo solar, o polo norte magnético do Sol se torna o polo sul, e vice-versa. Esse fenômeno é acompanhado por um aumento significativo de manchas solares e erupções, o que torna o campo magnético solar mais instável e caótico.

Uma das características mais marcantes do máximo solar é a ocorrência de erupções solares e ejeções de massa coronal – explosões massivas de plasma que podem ser lançadas a milhões de quilômetros no espaço. Quando essas explosões atingem a Terra, elas interagem com o campo magnético do nosso planeta, gerando tempestades geomagnéticas e fenômenos como as auroras boreais e austrais.

Consequências do máximo solar

Durante o máximo solar, a atividade do campo magnético da Terra pode ser significativamente afetada. Isso acontece porque as partículas solares de alta energia que são lançadas no espaço podem interagir com a magnetosfera terrestre, criando tempestades geomagnéticas. Essas tempestades podem interferir em satélites, sistemas de comunicação, GPS e até mesmo causar apagões de energia em grandes regiões.

Segundo a copresidente do Painel de Previsão do Ciclo Solar, Lisa Upton, “As tempestades geomagnéticas previstas durante este ciclo solar estão dentro dos parâmetros esperados, mas as redes elétricas, sistemas de comunicação e satélites devem estar preparados para potenciais impactos.” Esse alerta é especialmente relevante para regiões de altas latitudes, onde a atividade solar pode ser mais intensa.

Auroras boreais e austrais: O lado belo do máximo solar

Um dos fenômenos mais esperados durante o máximo solar é a ocorrência de auroras, também conhecidas como luzes polares. Esses espetáculos de luz natural são gerados quando as partículas solares colidem com a atmosfera da Terra, criando cores vibrantes no céu. Durante o máximo solar, as auroras podem ser vistas com maior frequência e intensidade em regiões próximas aos polos.

As auroras boreais, vistas no hemisfério norte, e as auroras austrais, no hemisfério sul, podem proporcionar uma visão deslumbrante para observadores. Durante esse período, é possível que até mesmo regiões fora das zonas polares, como o Canadá e o norte da Europa, testemunhem essas exibições de luzes dançantes no céu.

Impacto nas redes de comunicação e tecnologia

Um dos maiores desafios que o máximo solar apresenta para a sociedade moderna é seu impacto nas redes de comunicação e satélites. As tempestades solares podem danificar satélites em órbita, interromper sinais de GPS e prejudicar redes de comunicação que dependem de sinais de rádio e ondas eletromagnéticas.

Ecossistemas que podem ser ameaçados pelo declínio dos níveis de água subterrânea

Poraquê, o primeiro catamarã movido a energia solar da Amazônia

Em 1989, durante um dos máximos solares mais intensos, uma tempestade geomagnética causou um grande apagão em Quebec, no Canadá, deixando milhões de pessoas sem energia por várias horas. Por isso, as agências espaciais e as empresas de energia mantêm um monitoramento constante da atividade solar, a fim de se preparar para eventos como esses.

O que esperar dos próximos meses?

Os especialistas ainda não conseguem prever com precisão quando o máximo solar atingirá seu pico. O que sabemos, segundo os cientistas da NASA e NOAA, é que podemos permanecer nesse período de alta atividade até o final de 2025. O acompanhamento da atividade solar continuará a ser fundamental, especialmente para garantir que redes de energia, satélites e sistemas de comunicação possam se proteger de possíveis interrupções causadas por tempestades solares.

O futuro da pesquisa solar

O estudo do Sol continua a ser uma área de pesquisa de alta prioridade para as agências espaciais ao redor do mundo. Com a ajuda de missões como a Solar Orbiter e o Parker Solar Probe, a NASA e outras agências internacionais esperam coletar dados que ajudarão a entender melhor como os ciclos solares afetam não apenas o clima espacial, mas também nosso planeta.

Segundo Jamie Favors, “Estamos à beira de novas descobertas sobre como o Sol funciona. O aumento na atividade solar nos dá a oportunidade de testar e desenvolver novas tecnologias que podem proteger a Terra de eventos climáticos espaciais mais extremos no futuro.”

O que o máximo solar significa para nós?

Entrar em um período de máximo solar significa que estamos vivendo em uma fase de alta atividade da estrela que nos mantém vivos. Para os cientistas, isso oferece oportunidades para estudar o Sol de perto e entender melhor os mistérios de nossa estrela mais próxima. Para nós, aqui na Terra, isso significa estar preparado para potenciais impactos em nossas redes de comunicação e aproveitar a chance de observar fenômenos naturais deslumbrantes, como as auroras.

Fique atento às notícias e atualizações sobre o clima espacial nos próximos meses e prepare-se para uma era de grandes descobertas sobre o Sol e sua influência no nosso dia a dia.

 


Edição atual da Revista Amazônia

Assine nossa newsletter diária