Apple pode ampliar a produção de iPhones no Brasil

Segundo informações do site 9to5Mac, a Apple está avaliando uma expansão significativa de suas operações de montagem de iPhones no Brasil. A medida estratégica busca contornar as altas tarifas dos Estados Unidos sobre importações da China e da Índia, impostas durante o governo Trump.

Por que a Apple escolheu o Brasil

O Brasil oferece várias vantagens estratégicas para os planos de expansão da Apple:

• Tarifas mais baixas: As importações dos EUA provenientes do Brasil enfrentam uma tarifa de apenas 10%, enquanto produtos fabricados na China e na Índia enfrentam tarifas de 34% e 26%, respectivamente.

• Acesso ao mercado local: Produzir iPhones no Brasil permite à Apple evitar os altos impostos de importação sobre eletrônicos, que podem chegar a até 60%.

• Potencial de exportação: iPhones montados no Brasil podem ser exportados para os EUA, ajudando a Apple a reduzir custos e diversificar sua cadeia de fornecimento.

A unidade de produção em São Paulo foi recentemente modernizada com novos equipamentos e processos, o que pode permitir a fabricação de modelos de ponta, como o iPhone 16 Pro, tanto para o mercado interno quanto para exportação. A Anatel, agência reguladora de telecomunicações do Brasil, já concedeu aprovação para a montagem local da linha iPhone 16, incluindo os modelos Pro, algo inédito até então.

O Papel da Foxconn na Expansão

A Foxconn, parceira de longa data da Apple, monta iPhones no Brasil desde 2011, com foco principal em modelos de entrada voltados ao mercado local. Recentemente, a fábrica em São Paulo passou por importantes atualizações, tornando-se capaz de produzir modelos mais avançados, como o iPhone 16 Pro, tanto para o Brasil quanto para outros países. Antes, a produção estava limitada a modelos anteriores, como iPhone 13, 14 e 15.

Essa evolução reforça a parceria estratégica entre Apple e Foxconn no Brasil, essencial para a diversificação da cadeia produtiva e para reduzir os impactos das tarifas dos EUA sobre produtos vindos da China e Índia.

Impacto das Tarifas dos EUA

As novas tarifas impostas durante o governo Trump tiveram um impacto significativo na estratégia de negócios e nas finanças da Apple. Os preços dos iPhones nos EUA poderiam subir até 40%, tornando os aparelhos menos competitivos no mercado. Isso resultou em uma queda acentuada nas ações da Apple (NASDAQ: AAPL), com desvalorização superior a 10% e perda de US$ 300 bilhões em valor de mercado desde o anúncio das tarifas.

Analistas financeiros estimam que o modelo básico do iPhone 16 poderá passar de US$ 799 para US$ 1.142, um aumento de quase 43%, caso os impactos tarifários não sejam mitigados. Esses cenários levaram a Apple a reavaliar sua cadeia de fornecimento global e a considerar alternativas de produção fora da China e Índia.

Desafios e Implicações Estratégicas

Expandir a produção no Brasil traz desafios significativos, como eventuais limitações de capacidade na fábrica de São Paulo e a necessidade de investimentos substanciais em maquinário e processos industriais.

Contudo, caso a estratégia seja bem-sucedida, o Brasil poderá se tornar um dos principais polos da cadeia global de fornecimento da Apple, ao lado de China e Índia. Essa diversificação ajudaria a empresa a se proteger de tensões geopolíticas, embora não elimine totalmente os riscos associados a políticas comerciais instáveis.

O êxito da expansão dependerá da capacidade da Apple de escalar rapidamente a produção no Brasil, mantendo seus rigorosos padrões de qualidade, o que pode limitar os aumentos de preços para os consumidores americanos e ajudar na gestão de custos frente às dinâmicas comerciais globais.