A Invenção que Mudou a Vida dos Pacientes de Alzheimer

Autor: Redação Revista Amazônia

Em um verão inesquecível de 2018, Hemesh Chadalavada, um jovem de 12 anos, passou os dias assistindo filmes e saboreando o delicioso biryani de frango preparado por sua avó, Jayasree. No entanto, uma noite mudou tudo. Jayasree, que havia sido recentemente diagnosticada com Alzheimer, esqueceu o gás ligado. Esse incidente alarmante fez Chadalavada perceber a gravidade da doença de sua avó e o impacto que poderia ter em sua vida.

Jayasree, uma ex-funcionária pública de alto perfil do estado de Telangana, era conhecida por sua dinâmica e sucesso. No entanto, a doença de Alzheimer a transformou completamente. Chadalavada lembra: “Ela costumava acordar às 3 ou 4 da manhã e sair, pensando que estava em um trem.”

Inspirado por sua avó e movido por sua paixão pela robótica, Chadalavada decidiu inventar um dispositivo para ajudar pessoas como sua avó. Agora, aos 17 anos, ele está prestes a começar a fabricar um dispositivo que detecta quando pessoas com Alzheimer caem ou se desviam, o que vai além do alcance dos dispositivos atualmente disponíveis.

O Alpha Monitor, leve e compacto, pode ser usado como um distintivo ou uma braçadeira. Ele dispara um alarme quando o usuário começa a se mover e alerta um cuidador se o paciente cair ou se desviar. A maioria dos dispositivos semelhantes funciona com wifi ou Bluetooth, mas o Alpha Monitor pode detectar uma pessoa a mais de um quilômetro de distância nas cidades e três milhas (5km) no campo, graças à tecnologia de longo alcance, conhecida como LoRa, que ele usa.

Chadalavada desenvolveu 20 protótipos, ensinando a si mesmo com vídeos do YouTube sobre robótica e eletrônica. Para entender as necessidades das pessoas com Alzheimer, ele passou algum tempo em um centro de dia administrado pela Alzheimer’s and Related Disorders Society of India.

A cofundadora da sociedade local, A Bala Tripura Sundari, disse-lhe que o dispositivo “tinha que ser algo leve que pudesse ser usado em qualquer parte do corpo”. Ela diz: “Muitos pacientes não gostam de ter que usar um relógio e o tiram.”

O monitor também mede pulso e temperatura e lembra as pessoas de quando tomar medicamentos. Mas Chadalavada está trabalhando para ir ainda mais longe com sua invenção, para prever os padrões de movimento de um paciente, usando tecnologia de aprendizado de máquina.

Em 2022, ele venceu 18.000 inscrições para ganhar uma bolsa de 10 milhões de rúpias (£100.000) do concurso Samsung Solve for Tomorrow e foi designado alguns dos principais engenheiros da Samsung como mentores.

Chadalavada faz a invenção parecer divertida porque vem naturalmente para ele. Ele tinha 12 anos quando construiu um “detector de calor” para monitorar a temperatura dos amigos enquanto jogavam críquete.

Em março, quando as provas escolares de Chadalavada terminarem, ele dará os retoques finais no monitor, com o objetivo de deixar o dispositivo pronto para o mercado até setembro. Ele insiste que deve ser vendido a um preço acessível para a maioria das pessoas.

Este jovem inventor está mudando a vida dos pacientes de Alzheimer com sua invenção revolucionária, provando que a idade é apenas um número quando se trata de fazer a diferença no mundo.

 


Edição atual da Revista Amazônia

Assine nossa newsletter diária