Em meio aos desafios da crise climática, a resposta pode estar nos gestos mais simples e conectados à terra. Foi esse o espírito do Mutirão do Reflorestamento, que reuniu uma comunidade vibrante na Serra do Vulcão, um dos tesouros da Mata Atlântica na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro. Longe dos grandes salões de conferência, a ação uniu a presidência da COP30 com jovens ativistas, agricultores, cientistas e moradores locais em um esforço para plantar esperança.
A iniciativa, promovida pelo Instituto EAE e pela startup Visão Coop, resultou no plantio de 60 mudas de espécies nativas como aroeira, ipê-amarelo e mulungu. O ato vai além de um simples reflorestamento; ele simboliza o “Mutirão Global pelo Clima”, um conceito brasileiro adotado pela COP30 para destacar que a verdadeira solução climática está na colaboração local e no reconhecimento do poder das comunidades.

A força da base para o clima
Marcele Oliveira, Campeã da Juventude da COP30, explicou que o “mutirão” é muito mais do que plantar árvores. É uma filosofia que conecta as grandes negociações internacionais com a realidade de quem vive e protege a natureza diariamente. Em suas palavras, é uma forma de dar visibilidade a iniciativas que, muitas vezes, são ignoradas pelas autoridades, mas que constroem a resiliência climática na prática. “Eu já vi o meu país sair do mapa da fome duas vezes e agora eu quero ver ele sair do mapa do risco climático”, afirmou, demonstrando um otimismo enraizado na ação comunitária.
O ativista Denner Noia, morador do Complexo do Alemão, reforçou essa visão. Para ele, as políticas públicas tradicionais, que vêm “de cima para baixo”, raramente funcionam. O verdadeiro sucesso reside em inverter essa lógica, permitindo que os próprios territórios definam suas necessidades e demandas. Sua mensagem aos líderes globais é um apelo direto: “Vamos olhar com carinho para os territórios, porque tem muito trabalho incrível acontecendo.”

Uma geração que planta esperança
A presença massiva de jovens no evento reforça a urgência do movimento. Para Luan Cazati, estudante de Relações Internacionais, o mutirão é um ato de “plantar esperança”. Ele vê sua geração não mais como o futuro, mas como o presente, agindo para “pausar uma crise climática que não foi a que começou”.
A Serra do Vulcão, que já sofreu com incêndios e degradação, se torna um palco de resiliência. O movimento local, #ElesQueimamNósPlantamos, já plantou mais de 7 mil mudas desde 2018. O mutirão de agora, com sua união de ciência, ativismo e sabedoria popular, mostra que a regeneração do planeta começa no solo, nas mãos e na colaboração das pessoas. É um lembrete poderoso de que, para enfrentar um desafio global, é preciso agir localmente, com a força de um “mutirão”.
saiba mais: Drones plantam árvores e revolucionam o reflorestamento









































