China, Japão e Coreia firmam novo plano de cooperação ambiental

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China, Japão e República da Coreia decidiram dar um novo passo conjunto em direção a um futuro mais sustentável. Durante a 26ª Reunião Trilateral de Ministros do Meio Ambiente, realizada em Yantai, província de Shandong, foi aprovado o Plano de Ação de Cooperação Ambiental 2026-2030, que estabelece prioridades para os próximos cinco anos e reafirma o compromisso dos três países com a proteção ambiental regional e global.

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O encontro, que desde 1999 ocorre de forma rotativa entre os países, consolidou-se como um dos mais duradouros fóruns de diálogo ambiental da Ásia. Mais do que encontros protocolares, essas reuniões têm produzido resultados concretos. Ao longo das últimas duas décadas, a cooperação trilateral já permitiu avanços significativos no controle da poluição atmosférica, na prevenção de tempestades de areia e na gestão de substâncias químicas nocivas.

Segundo o ministro da Ecologia e Meio Ambiente da China, Huang Runqiu, o novo plano de ação reforça a parceria construída em fases anteriores e aponta para um horizonte de colaboração ainda mais ambicioso. O documento abrange oito áreas prioritárias, entre elas qualidade do ar, combate às mudanças climáticas, gestão de resíduos, preservação da biodiversidade e promoção de cidades sustentáveis. Embora não tenha sido detalhado publicamente em todos os pontos, o plano se apresenta como um roteiro estratégico para alinhar esforços em questões ambientais que ultrapassam fronteiras nacionais.

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O aspecto regional é crucial. China, Japão e República da Coreia enfrentam problemas ambientais comuns, como poluição transfronteiriça, pressão urbana sobre ecossistemas costeiros e vulnerabilidade crescente diante dos efeitos das mudanças climáticas. A experiência acumulada em mais de vinte anos de cooperação permitiu desenvolver não apenas respostas conjuntas, mas também uma linguagem política comum capaz de gerar confiança entre vizinhos que historicamente enfrentam tensões diplomáticas.

Huang destacou que a intensificação da cooperação ambiental vai além de metas técnicas: representa um investimento direto no bem-estar das populações. Melhorar a qualidade do ar, reduzir riscos químicos e fortalecer ecossistemas naturais significa proteger a saúde de milhões de pessoas e criar condições para que a região se torne uma referência em desenvolvimento verde. “O fortalecimento da cooperação, o avanço do desenvolvimento sustentável regional e a melhoria do bem-estar ambiental estão alinhados aos interesses compartilhados dos três países”, afirmou o ministro.

O simbolismo da assinatura do plano também merece destaque. Em um cenário global marcado por crises ambientais, econômicas e geopolíticas, a decisão dos três governos de priorizar a agenda ambiental sinaliza a percepção de que o futuro da Ásia — e, em larga medida, do planeta — depende de uma ação coordenada. Se na década de 1990 a cooperação trilateral nasceu como resposta a problemas concretos de poluição, agora ela se reposiciona como plataforma de liderança internacional em governança ambiental.

Além do Ministério da Ecologia e Meio Ambiente da China, participaram representantes do Ministério do Meio Ambiente do Japão e do Ministério do Meio Ambiente da República da Coreia. O compromisso firmado pelos três ministros demonstra que, mesmo diante de diferenças políticas e econômicas, há um entendimento comum de que a degradação ambiental não reconhece fronteiras e exige soluções coletivas.

O Plano de Ação 2026-2030 deve impulsionar projetos de pesquisa conjunta, sistemas de monitoramento ambiental compartilhados e mecanismos para acelerar a transição energética. Outro eixo importante é o fortalecimento do diálogo com a sociedade civil, incluindo universidades, organizações ambientais e empresas, para transformar compromissos diplomáticos em resultados práticos no território.

Se cumprir suas promessas, essa nova etapa de cooperação poderá oferecer um modelo para outras regiões do mundo, demonstrando que é possível conciliar interesses nacionais com responsabilidades globais. A Ásia, que concentra algumas das maiores economias e populações do planeta, terá assim a oportunidade de mostrar que crescimento econômico e sustentabilidade não são objetivos excludentes, mas complementares.