Sebrae lança edição global do Inova Amazônia e leva startups da floresta ao mundo


A Amazônia entrou de vez na rota da inovação global. Durante a COP30, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) lançou o Inova Amazônia Global Edition, um edital inédito voltado à internacionalização de 80 startups da região que unem tecnologia, sustentabilidade e impacto socioambiental.

Foto: Aline Massuca/COP30

O anúncio foi feito na Green Zone, espaço voltado à sociedade civil dentro da conferência, pelo diretor técnico do Sebrae, Bruno Quick. A iniciativa marca uma nova etapa na política de bioeconomia da instituição: após impulsionar a criação de centenas de negócios inovadores, o foco agora é ampliar fronteiras, atrair investimentos internacionais e consolidar a Amazônia como potência de inovação verde.

“Chegamos à COP30 com empreendedores capazes de transformar cadeias produtivas inteiras. O Inova Amazônia Global Edition nasce para acelerar essas empresas para o mundo, mostrando que inovação de alta performance também brota na floresta”, afirmou Quick, ao lado de parceiros estratégicos.

Escalada internacional com base sustentável

O novo edital vai selecionar 80 empresas amazônicas que já participaram de programas de aceleração e demonstram maturidade para competir em mercados globais. O processo prevê uma trilha de desenvolvimento dividida em etapas interconectadas: capacitação online, mentorias especializadas, rodadas de negócios, missões internacionais e aproximação com fundos de investimento.

A proposta é clara — impulsionar negócios com base científica e impacto ambiental positivo, capazes de escalar globalmente sem perder suas raízes locais. Segundo Quick, o programa reafirma a vocação da Amazônia como território de soluções tecnológicas e modelos produtivos competitivos. “É daqui que surgem as próximas empresas que podem se tornar unicórnios brasileiros”, completou.

O edital conta com apoio de instituições como o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Representando o PNUD, Elisa Calcaterra destacou a importância da parceria para ampliar o alcance da bioeconomia amazônica. Já Juliana Ghizzi, diretora de Política de Propriedade Intelectual e Infraestrutura do MDIC, reforçou que o programa é um instrumento decisivo para transformar conhecimento e biodiversidade em oportunidades sustentáveis.

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Foto: Wesley Santos

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Histórias que nasceram da floresta

Desde sua criação em 2021, o Inova Amazônia já se tornou referência no ecossistema de bioeconomia. Foi dele que surgiram histórias como a da Engenho, startup paraense que transformou o açaí em um “café” natural, sem cafeína. Hoje exportado para os Estados Unidos, Europa, Austrália e América Latina, o produto nasceu de um protótipo caseiro e ganhou o mundo após mentorias e conexões promovidas pelo Sebrae.

“Cresci em cinco anos o que levaria uma década. O Inova Amazônia foi a virada de chave — gosto de dizer que o Sebrae é meu caminho asfaltado”, conta Valda Gonçalves, fundadora da Engenho.

Outro exemplo é a Saboaria Rondônia, primeira indústria de cosméticos naturais instalada em área rural amazônica. Com bioativos como buriti e copaíba, a empresa une rastreabilidade, sofisticação e valorização das cadeias extrativistas, especialmente entre mulheres. “O programa consolidou uma visão de futuro em que floresta, empreendedorismo e inovação caminham juntas”, afirma Jaqueline Freire, idealizadora da marca.

Impacto e resultados

Em apenas duas edições, o Inova Amazônia já acelerou 409 empresas e apoiou 660 ideias, distribuindo R$ 16 milhões em bolsas para empreendedores. Os resultados comprovam o impacto:

  • 17% das empresas depositaram patentes;

  • 22% receberam investimentos;

  • 31% iniciaram processos de internacionalização;

  • 56% contrataram novos empregados;

  • 62% aumentaram o faturamento;

  • 90% desenvolveram novos produtos.

Com a versão Global, o Sebrae busca agora inserir essas empresas na rota dos grandes fundos internacionais, ampliando o acesso a capital, tecnologia e conhecimento. “A Amazônia pode liderar uma nova economia baseada em ciência e uso sustentável da floresta. Nosso papel é garantir que essas startups tenham acesso ao que o mundo tem de mais avançado”, reforça Bruno Quick.

O Sebrae na COP30

A presença do Sebrae em Belém também reflete esse novo posicionamento. Na Green Zone, o estande da instituição ocupa 400 metros quadrados e oferece uma experiência imersiva inspirada na diversidade amazônica. O espaço combina cultura, negócios e sensorialidade: há auditório para debates, loja colaborativa de produtos da bioeconomia e o “PedaCine do Brasil”, que exibe documentários e webséries sobre inovação e sustentabilidade.

De 10 a 21 de novembro, a programação inclui degustações regionais, apresentações culturais e ativações urbanas, além da Zona do Empreendedorismo (En-Zone) no Parque Belém Porto Futuro. O objetivo é conectar lideranças, investidores e empreendedores, promovendo a Amazônia como território de inovação global.

Mais informações estão disponíveis na Agência Sebrae de Notícias.