Durante o encerramento da reunião da Iniciativa de Bioeconomia do G20, realizada em Manaus, o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente (MMA), João Paulo Capobianco, destacou a importância do uso sustentável da biodiversidade e da transferência de recursos para aqueles na linha de frente da conservação ambiental como pilares para o desenvolvimento da bioeconomia. Capobianco enfatizou a necessidade de um novo paradigma que valorize a floresta em pé, promovendo ação internacional e cooperação em todos os níveis.
Novo Paradigma para a Bioeconomia
Capobianco frisou a importância de mudar a percepção de que a floresta vale mais quando derrubada do que quando preservada. As discussões da reunião focaram no uso sustentável da biodiversidade para a bioeconomia, com ênfase na conservação da natureza e recuperação de ecossistemas, como florestas e oceanos. Os países participantes avançaram na criação de princípios para a bioeconomia, que serão entregues ao final da presidência brasileira do G20.
Encontros e Temas Debatidos
A reunião de Manaus seguiu a primeira reunião presencial da iniciativa, realizada em maio em Brasília, que abordou ciência, tecnologia, inovação e conhecimentos tradicionais. O próximo encontro presencial, em setembro no Rio de Janeiro, discutirá a relação entre bioeconomia e desenvolvimento sustentável. Em Manaus, temas como a bioeconomia para comunidades tradicionais e povos indígenas, manejo florestal comunitário e restauração de ecossistemas degradados foram amplamente debatidos.
Oportunidades para o Brasil
Capobianco ressaltou que a bioeconomia brasileira é um eixo fundamental do Plano de Transformação Ecológica, coordenado pelo Ministério da Fazenda, e está alinhada à Nova Política Industrial e ao novo Plano Clima, que orientará a política climática até 2035. Ele destacou a diversidade da bioeconomia brasileira, que abrange desde produtos florestais e aquáticos até bioplásticos e biocombustíveis, enfatizando o potencial do país nesse setor.
Estratégia Nacional de Bioeconomia
No Dia Mundial do Meio Ambiente, o presidente Lula lançou a Estratégia Nacional de Bioeconomia, que inclui a criação de um Plano Nacional de Desenvolvimento da Bioeconomia com metas, ações e indicadores. Esta estratégia visa reduzir desigualdades, promover o uso sustentável da biodiversidade e descarbonizar processos produtivos. O secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do MDIC, Rodrigo Rollemberg, destacou o papel estratégico da bioeconomia para a segurança alimentar, climática e a transição energética.
Visita ao Museu do Amazonas
Os delegados do G20 visitaram o Museu do Amazonas, localizado na Reserva Florestal Adolpho Ducke, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Lá, observaram a rica biodiversidade da floresta, incluindo orquídeas, bromélias, palmeiras, serpentes, cogumelos e mais. A secretária de Biodiversidade do MMA, Rita Mesquita, ressaltou a importância do conhecimento tradicional e das comunidades locais para a conservação e valorização da floresta.
Próximos Passos
Após a Iniciativa de Bioeconomia, Manaus sediará a reunião do Grupo de Trabalho de Sustentabilidade Ambiental e Climática do G20, que abordará temas como pagamentos por serviços ambientais, resíduos e economia circular. A reunião pretende avançar ainda mais nas discussões sobre como a bioeconomia pode contribuir para um desenvolvimento sustentável global.
Conclusão
O Brasil, através da Iniciativa de Bioeconomia do G20, reforça seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e a valorização da biodiversidade, buscando soluções inovadoras que integrem conservação ambiental e desenvolvimento econômico, com benefícios concretos para as comunidades locais e o meio ambiente.