Futuro Promissor da Agricultura Familiar na Amazônia: Terra, Café e Sustentabilidade

Autor: Redação Revista Amazônia

O cultivo do café tem uma ligação intrínseca com a agricultura familiar, servindo como uma importante fonte de renda para pequenos agricultores na Amazônia. Paula de Assunção Amaral, residente da comunidade São João Batista, localizada na estrada de Silves (AM), a cerca de 330 km de Manaus, encontrou inspiração no sonho de seu pai para iniciar a produção de café.

“Eu sempre tive o sonho de plantar e colher café, um sonho do meu pai, mas infelizmente não tivemos a oportunidade de realizar essa plantação. Hoje, com a ajuda da família e da associação, começamos a produzir e esperamos uma boa colheita. Nossa expectativa para essa primeira safra é de 50 sacas de café, o que será uma renda extra para nossa família,” destacou Paula.

No Brasil, o café é uma das principais commodities agrícolas, contribuindo significativamente para o PIB nacional e para a geração de divisas. Reconhecendo a importância do setor cafeeiro, diversas associações e entidades têm desenvolvido projetos e iniciativas para promover o desenvolvimento sustentável da cafeicultura, beneficiando tanto a população quanto os agricultores envolvidos na produção de café.

Apoio ao Desenvolvimento Sustentável

Com o apoio de empresas privadas, o projeto Agro Floresta apoia o desenvolvimento das comunidades de Silves. Uma parceria técnica com o Instituto Belterra viabiliza a construção de um programa de desenvolvimento de territórios agroflorestais na região do projeto Azulão, no Amazonas. O objetivo é fomentar negócios de impacto socioambiental positivo, desenvolvendo e expandindo Sistemas Agroflorestais (SAFs) que geram renda e emprego para as comunidades locais através da criação de florestas produtivas em áreas degradadas.

“Hoje temos 40 associados. Trabalhamos com oficinas, capacitação e consultoria técnica para que eles possam se desenvolver como agricultores na cultura do café,” destacou William Borges, assistente social da empresa Eneva, que opera a parceria.

Sistemas Agroflorestais: Uma Alternativa Produtiva e Regenerativa

Os Sistemas Agroflorestais (SAFs) são uma alternativa produtiva e regenerativa, desempenhando um papel crucial na prevenção do esgotamento de recursos naturais e fomentando o desenvolvimento da bioeconomia. Ao combinar culturas de ciclos curtos e longos no mesmo espaço, os SAFs estabelecem um sistema de produção de alimentos que atende às necessidades alimentares e promove a revitalização do solo.

“Decidimos estruturar uma estratégia com uma visão de longo prazo, abrangendo o fortalecimento de todos os elos da cadeia produtiva da bioeconomia e potencializando os impactos positivos para a natureza, pessoas e clima. O plano de desenvolvimento irá aprimorar os meios de subsistência das comunidades agrícolas locais, ao mesmo tempo em que promoverá a regeneração do solo, a recuperação da biodiversidade e a remoção e armazenagem de carbono da atmosfera,” destaca Flavia Heller, diretora-executiva de Estratégia e ESG da Eneva.

Associação Solidariedade Amazônia (ASA)

A Associação Solidariedade Amazônia (ASA) é uma das associações do município que recebe esse apoio e pretende desenvolver a região de Silves através da produção de café Robusta Amazonas, garantindo um rendimento digno e sustentável para as famílias. São 20.000 pés de café cultivados em diferentes terrenos: 2 hectares na sede da associação e os demais nos lotes dos agricultores. As plantações estão espalhadas por um raio de 30 km ao longo da estrada Várzea, a 35 km de Silves, uma vila com aproximadamente 8.000 habitantes. A associação apoia esses produtores na melhoria de suas técnicas agrícolas e promove a preservação do meio ambiente.

“Nós pensamos que não vamos conseguir fazer 10 ou 20 hectares de plantações, então estudamos muito e concluímos que é melhor trabalhar em pequenas áreas com tecnologia, grandes produções e qualidade para manter a floresta de pé,” destacou Roque Lins, vice-presidente da associação.

Um Futuro Promissor

À medida que o projeto avança, a produção de café de alta qualidade, aliada a práticas ecologicamente corretas, representa um futuro promissor para a região e para as gerações que nela vivem.


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