BNDES aprova financiamento de R$ 486,7 milhões para expansão da maior mineradora de lítio do Brasil

Autor: Redação Revista Amazônia

 

A Sigma Lithium, principal mineradora de lítio do Brasil, recebeu um significativo impulso financeiro para expandir suas operações. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um financiamento de R$ 486,7 milhões, destinados à ampliação da produção nas minas da empresa, localizadas em Araçuaí e Itinga, no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Esse recurso, proveniente do Fundo Clima, visa aumentar a capacidade produtiva anual da Sigma.

Fundada no Canadá, mas sob controle de um grupo brasileiro, a Sigma Lithium possui as maiores reservas de lítio no país. Com o investimento, a empresa prevê elevar sua produção anual para 520 mil toneladas, fortalecendo o papel do Brasil no cenário global de mineração e na cadeia de fornecimento de baterias para veículos elétricos. Esse crescimento é estratégico, uma vez que o lítio é essencial para a transição energética, particularmente no uso de veículos elétricos.

Expansão Sustentável e Relevância Global

A liberação do financiamento pelo BNDES marca um avanço significativo não apenas para a Sigma, mas também para o setor de mineração de lítio no Brasil. Além de permitir à mineradora aumentar a produção em 270 mil toneladas anuais, o apoio reforça o compromisso com a sustentabilidade nas operações. O Fundo Clima foi criado para apoiar iniciativas que contribuem para a descarbonização e transição energética, e o lítio, essencial na fabricação de baterias para carros elétricos, desempenha um papel fundamental nesse processo.

Com a expansão, a Sigma consolida sua posição de liderança no mercado de lítio, e o Brasil se fortalece como um dos principais fornecedores globais de minerais estratégicos. José Luís Gordon, diretor de Desenvolvimento Produtivo do BNDES, destacou que esse investimento posiciona o país como protagonista na transição energética mundial, ampliando sua relevância na cadeia global de baterias.

Oportunidades e Desafios no Vale do Jequitinhonha

As operações da Sigma Lithium no Vale do Jequitinhonha, uma das regiões mais carentes do Brasil, representam tanto desafios quanto oportunidades. A empresa detém a maior reserva de lítio do país, e as estimativas apontam que as jazidas podem conter até 27 milhões de toneladas de espodumênio, minério essencial para a extração do lítio. Isso garantiria operações por, no mínimo, 13 anos, consolidando a região como um polo estratégico para a mineração.

Entretanto, o cenário não é isento de dificuldades. A queda de quase 90% no preço do lítio no mercado global, devido à desaceleração da produção de veículos elétricos, fez com que as ações da Sigma sofressem uma forte desvalorização nos últimos meses. Ainda assim, a empresa mantém sua aposta na expansão, acreditando no potencial a longo prazo das jazidas.

Brasil como Protagonista no Mercado Global de Lítio

O recente financiamento do BNDES demonstra que o Brasil não está apenas explorando suas reservas naturais, mas também se empenhando em agregar valor a esses recursos. Embora a Sigma ainda não produza carbonato de lítio e hidróxido de lítio, substâncias cruciais para baterias, sua posição na cadeia de suprimentos é sólida, vendendo o lítio extraído após a concentração do minério.

O Ministério de Minas e Energia também planeja lançar, ainda este ano, um programa para incentivar a extração e beneficiamento de minerais críticos, como lítio, cobre e níquel, o que fortalecerá ainda mais a posição do Brasil no mercado internacional. Com foco no crescimento sustentável e no aumento da participação na transição energética global, a mineração de lítio no Brasil está pronta para desempenhar um papel crucial na economia mundial.

O país avança com força nessa corrida, combinando presente e futuro em suas estratégias para se tornar um player essencial no setor de lítio.


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