A Ciência Nuclear na Luta Contra a Poluição por Microplásticos na Antártica

Autor: Redação Revista Amazônia

A quantidade de microplásticos na Antártica está sendo analisada com o uso da ciência nuclear para estudar as águas, os sedimentos e até mesmo as fezes dos pinguins da região. A nova investigação conjunta lançada neste fim de semana pela Agência Internacional de Energia Atômica da Organização das Nações Unidas (AIEA) e pelo Instituto Antártico Argentino (IAA) faz parte da Iniciativa NUTEC Plastics, da AIEA, que analisou a poluição por microplásticos em países de todo o mundo.

Rafael Grossi, diretor-geral da AIA, disse que, com o uso de aplicações nucleares, foi possível determinar com boa precisão a quantidade de poluentes encontrados no fundo do mar e também a sua origem. “A saúde da Antártica é essencial para a saúde do planeta”, disse Grossi à Reuters do “continente branco”, que visitou no sábado ao lado do presidente argentino Javier Milei.

O programa usará o navio quebra-gelo argentino Almirante Irizar, e os cientistas coletarão amostras de guano de pinguim, sedimentos do fundo do mar e da água ao redor da camada de gelo para análise na Base Carlini da Argentina, na Antártica. Outras serão enviadas para o centro de pesquisa da AIEA em Mônaco.

Lucas Ruberto, pesquisador do IAA, disse que os microplásticos – partículas menores que 5 milímetros – são um problema global devido ao grande uso de plásticos e são prejudiciais à vida, pois são frequentemente ingeridos, causando acúmulo dentro dos organismos que pode levar a doenças. “Estima-se que, desde sua introdução no mercado, 7 bilhões de toneladas de plástico tenham sido despejadas no meio ambiente, grande parte delas no ambiente marinho”, disse Ruberto.

A pesquisa em andamento na Antártica é um passo crucial para entender a extensão do problema dos microplásticos e para desenvolver soluções eficazes. A ciência nuclear, com sua capacidade de detectar e quantificar precisamente esses poluentes, desempenha um papel fundamental nesse esforço global.


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