A cobra-verde é venenosa? Entenda sua função no equilíbrio ecológico

Autor: Redação Revista Amazônia

Encontrar uma cobra-verde no jardim ou na mata pode assustar à primeira vista, mas será que ela representa um perigo real? Muita gente acredita que todas as cobras são venenosas, quando na verdade a maioria não oferece risco ao ser humano. A cobra-verde, em especial, desperta curiosidade por sua cor chamativa e comportamento discreto. Neste artigo, vamos esclarecer se a cobra-verde é venenosa, onde ela vive, qual é sua importância para o ecossistema e por que você não deve matá-la caso a encontre.

Cobra-verde: é venenosa ou não?

A cobra-verde, como é popularmente chamada, refere-se a diferentes espécies de serpentes que compartilham a coloração esverdeada. A mais comum no Brasil é a cobra-cipó (Chironius spp.), uma serpente não venenosa e inofensiva para seres humanos. Apesar de seu corpo esguio e rápido, ela não possui peçonha — ou seja, não injeta veneno ao morder.

Há também outras cobras verdes na fauna brasileira, como a Philodryas olfersii, conhecida como cobra-verdadeira, que possui um leve veneno, mas não é considerada perigosa. Seu veneno é usado apenas para imobilizar presas pequenas, como anfíbios e lagartos, e raramente causa algo mais que irritações leves em humanos, caso ocorra uma mordida (o que é muito raro).

Onde a cobra-verde é encontrada?

A cobra-verde prefere regiões de mata, cerrados e áreas com vegetação densa, mas também pode ser vista em áreas rurais e até mesmo em jardins urbanos com árvores e plantas ornamentais. Por ser arborícola, ela costuma viver em galhos altos, o que diminui ainda mais o risco de encontro direto com pessoas.

Durante o dia, costuma se mover com agilidade entre folhas e ramos em busca de alimento, o que pode assustar alguém que passe por perto sem perceber sua presença. À noite, geralmente se esconde e permanece mais imóvel.

O papel ecológico da cobra-verde

A presença da cobra-verde é um forte indicativo de equilíbrio ambiental. Elas atuam como predadoras naturais de pequenos animais, como roedores, lagartos, pererecas e até filhotes de aves. Ao controlar essas populações, a cobra-verde impede pragas e ajuda a manter a biodiversidade local saudável.

Sem predadores como ela, o número de pequenos animais pode crescer descontroladamente, afetando o equilíbrio das cadeias alimentares e até interferindo na agricultura, ao favorecer pragas.

Além disso, a cobra-verde também serve de alimento para aves de rapina, gambás e outros predadores, ou seja, ela é parte essencial do ciclo de vida natural.

Por que não se deve matar a cobra?

A primeira razão é a mais direta: ela não representa ameaça real à sua segurança. A maioria das cobras-verdes brasileiras não é peçonhenta e não ataca seres humanos, a não ser que se sintam encurraladas. Elas preferem fugir a morder.

Segundo, ao matar uma cobra-verde, você está eliminando um aliado do seu jardim e da natureza. Essa serpente ajuda a controlar pragas e doenças, além de colaborar com o funcionamento equilibrado do ambiente.

Por fim, é importante lembrar que muitas espécies de cobras, incluindo a cobra-verde, são protegidas por lei. Matar animais silvestres é crime ambiental e pode render multas e outras punições.

O que fazer ao encontrar uma delas?

Se você encontrar uma cobra-verde, mantenha a calma e não tente capturá-la ou matá-la. O ideal é:

  • Afastar-se lentamente sem movimentos bruscos;

  • Observar à distância, se possível, para ter certeza de que ela deixará o local sozinha;

  • Chamar o controle de zoonoses ou órgãos ambientais, caso esteja em área urbana e o animal pareça perdido ou sem saída.

Jamais tente manuseá-la, mesmo que pareça inofensiva.

Como diferenciar cobras-verdes de outras espécies perigosas?

Algumas pessoas confundem a cobra-verde com serpentes mais perigosas por conta da cor. Porém, existem diferenças importantes:

  • A cobra-cipó tem corpo extremamente fino e comprido, parecendo um galho;

  • Movimenta-se com rapidez e costuma ficar nos galhos;

  • Não possui cabeça triangular nem fosseta loreal (estrutura típica das jararacas);

  • Seu comportamento é discreto e defensivo.

Caso haja dúvidas, sempre é melhor observar à distância e evitar qualquer tentativa de identificação direta.

Infelizmente, o medo generalizado das cobras levou a uma cultura de perseguição e morte desses animais, mesmo os inofensivos. No entanto, com informação e educação ambiental, é possível mudar essa relação.

Saber que a cobra-verde não é venenosa e desempenha uma função vital no ecossistema ajuda a reduzir o medo e estimular ações de preservação. Ela não é vilã — é, na verdade, um dos guardiões silenciosos do equilíbrio da natureza.

Leia também – 8 curiosidades sobre o tamanduá-bandeira que você não sabia

Conheça também – Revista Para+

Grupo de WhatsApp

Receba notícias diretamente no seu WhatsApp, sem a necessidade de procurar em vários sites ou aplicativos. Com o nosso grupo de WhatsApp, ficar informado nunca foi tão fácil!

 

Canal de WhatsApp

Receba notícias diretamente no seu WhatsApp, sem a necessidade de procurar em vários sites ou aplicativos. Com o nosso canal de WhatsApp, ficar informado nunca foi tão fácil!

Edição atual da Revista Amazônia

Assine para receber nossas noticia no seu e-mail

* indica obrigatório

Intuit Mailchimp