Eventos climáticos extremos têm impulsionado um aumento significativo no número de casos de malária em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), foram registrados 249 milhões de casos da doença em 2023, um aumento de 5 milhões em comparação com 2021.
Aumento Global de Casos
A análise da OMS destaca que o total de casos em 2023 está 16 milhões acima das notificações registradas em 2012, antes da pandemia de Covid-19. A África concentra cerca de 94% dos 233 milhões de casos e 95% das 608 mil mortes provocadas pela malária.
Impacto nos Países Lusófonos
No caso dos países lusófonos, o relatório revela que Angola superou em 25% o total de casos e mortes em relação ao período anterior à Covid-19. O Brasil, por outro lado, reduziu a incidência de malária em cerca de 25%, um decréscimo considerado substancial. Foram menos 28 mil casos em comparação com o período pré-pandemia.
A Ligação com a Mudança Climática
A publicação que examina a ligação entre as alterações climáticas e a malária revela que as mudanças na temperatura, a umidade e a precipitação influenciaram o comportamento e a sobrevivência do mosquito Anopheles, que transmite a doença.
Para o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, as alterações do clima representam um risco substancial para os progressos no combate à malária, especialmente em regiões vulneráveis. O chefe da agência da ONU destaca que mais do que nunca é preciso que as respostas sejam sustentáveis e resilientes, juntamente com ações urgentes para abrandar o ritmo do aquecimento global e reduzir os seus efeitos.
Vacinas Contra a Malária
O relatório também cita realizações tais como a implementação faseada em três países africanos da primeira vacina contra a malária recomendada pela OMS, a Rts,s/AS01. A redução de casos foi substancial e a queda nas mortes chegou a 13% na primeira infância em todas as causas nas áreas onde a vacina foi administrada em comparação com áreas onde não houve o tipo de imunização.
Os avanços no combate à malária se estenderam às áreas onde foram implementadas intervenções como distribuição de redes, pulverização com inseticidas dentro das casas e outras medidas relacionadas à saúde infantil.
Em resumo, a malária continua sendo uma ameaça global significativa, e a mudança climática está exacerbando o problema. É crucial que os países aumentem as ações de combate às alterações do clima e continuem a implementar e desenvolver medidas eficazes de prevenção e tratamento da malária.