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ToggleEstudo inovador na floresta da Amazônia
Uma colaboração entre o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e o MetOffice, serviço nacional de meteorologia do Reino Unido, está realizando um estudo inovador na floresta amazônica. O projeto AmazonFACE (Free-Air CO2 Enrichment) investiga os efeitos de altos níveis de CO2 na vegetação da região, aumentando em 50% a concentração de CO2 em áreas selecionadas da floresta.
Metodologia do Estudo
O experimento, pioneiro em um ambiente tropical de alta biodiversidade, envolve a instalação de seis grandes estruturas circulares chamadas anéis. Cada anel, composto por 16 torres de 35 metros de altura dispostas em um círculo de 30 metros de diâmetro, envolve um grupo de árvores. Três anéis dispersarão ar enriquecido com CO2 continuamente, enquanto os outros três servirão como grupo de controle, liberando apenas ar ambiente para isolar os efeitos do CO2.
Para analisar as copas das árvores mais altas, seis guindastes permanecerão no local durante todo o estudo, ajudando na coleta de dados. Além disso, um sistema computacional integrado às torres ajustará a dispersão do ar enriquecido com base nas condições climáticas, como direção e velocidade do vento.
Objetivos da Pesquisa
O aumento do CO2 deve intensificar a fotossíntese das plantas, levando a maior produção de carboidratos. Os cientistas querem descobrir se as plantas usarão essa energia adicional para engrossar seus troncos, o que seria benéfico ao sequestrar e armazenar carbono por longos períodos, ou se produzirão mais folhas, que têm vida curta e não retêm carbono por muito tempo.
Outro foco do estudo é entender o impacto do aumento de CO2 no ciclo da água e na transpiração das plantas, o que pode influenciar a quantidade de chuva gerada pela floresta. Esses dados serão cruciais para prever como o aquecimento global afetará a Amazônia e desenvolver estratégias para mitigar suas consequências.
Importância do Experimento
O estudo brasileiro se destaca por ser o primeiro a ser conduzido em uma floresta tropical madura e diversa. Anteriormente, experimentos semelhantes foram realizados em ecossistemas jovens e monoculturais, ou em florestas temperadas da Inglaterra e Austrália.
Cronograma e Futuro da Pesquisa
A previsão é que todas as torres estejam operacionais até o final de 2024, com a pesquisa programada para durar 10 anos. Os resultados desse estudo fornecerão insights valiosos sobre a resposta da Amazônia às mudanças climáticas, ajudando na formulação de políticas ambientais e na criação de medidas para minimizar os impactos negativos do aquecimento global.
Este projeto representa um passo significativo na compreensão das interações entre o aumento do CO2 atmosférico e os ecossistemas florestais tropicais, sendo essencial para a preservação e gestão sustentável da floresta amazônica.