Especialistas discutem atividade industrial sustentável e legalizada na Amazônia

Autor: Redação Revista Amazônia

Entre os dias 6 e 8 de novembro, o Hangar Centro de Convenções, em Belém, será palco da 2ª Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, onde especialistas, autoridades e representantes da indústria se reunirão para debater formas de promover uma atividade industrial sustentável, responsável e legalizada na Amazônia. O evento abordará questões fundamentais como o desenvolvimento socioeconômico da região e a implementação de normas regulatórias e novas economias para preservar a floresta enquanto se impulsiona o crescimento econômico.

Indústria Sustentável e Responsável na Amazônia

Com o objetivo de discutir a criação de um ambiente industrial que respeite as normas ambientais e contribua para o desenvolvimento sustentável, a conferência contará com a participação de Anderson Baranov, CEO da Hydro e presidente do Sindicato das Indústrias Minerais do Estado do Pará (Simineral). Segundo Baranov, o uso de instrumentos financeiros como créditos de carbono e financiamentos verdes é essencial para incentivar práticas de baixo impacto ambiental no setor de mineração na Amazônia.

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“Esses mecanismos não apenas incentivam a redução de emissões de carbono, mas também viabilizam investimentos em tecnologias de menor impacto ambiental”, afirmou Baranov. Ele destaca que os instrumentos financeiros permitem que a indústria avance em práticas mais sustentáveis, sempre alinhadas à legislação ambiental.

O Papel das Novas Economias na Preservação e Desenvolvimento da Amazônia

Anderson Baranov é o novo presidente do Conselho Diretor da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) e substitui Ricardo Carvalho, ex-CEO da Companhia Brasileira do Alumínio (CBA). O executivo da Norsk Hydro no Brasil tem mais de 30 anos de experiência no setorCom a necessidade de equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental, a conferência abordará as novas economias como alternativa viável para a região. O CEO da Hydro destacou que a mineração industrial tem papel crucial na transição energética, especialmente para a produção de alumínio com menor pegada de carbono, fundamental para a sociedade moderna e para o futuro sustentável da Amazônia.

“Materiais como o alumínio são essenciais para o desenvolvimento e a transição energética global, e por isso a descarbonização dessa cadeia produtiva é um dos nossos focos”, disse Baranov. Ele participará de um painel sobre o tema no dia 7 de novembro, às 10h30, ao lado de especialistas como Bruno Pelli, diretor da Vale, e Fernando Facury Scaff, professor da USP.

Desafios Regulatórios e Incentivos para o Setor de Mineração

A criação de novos marcos regulatórios e incentivos fiscais foi destacada como uma das principais demandas do setor para garantir que a atividade industrial esteja em conformidade com as melhores práticas. Anderson Baranov ressaltou que, na Hydro, grandes investimentos têm sido realizados para assegurar o cumprimento das normas ambientais e para promover a descarbonização das operações. Ele citou o uso de energia renovável e as práticas de monitoramento de emissões de carbono ao longo de toda a cadeia produtiva da empresa como exemplos de compromisso com a sustentabilidade.

Para viabilizar essas práticas, o setor conta com o apoio de iniciativas como o Fundo de Sustentabilidade Hydro (FSH), que já investiu cerca de R$ 40 milhões em projetos de impacto social e ambiental na Amazônia. “Esses recursos têm transformado a vida de mais de 100 mil pessoas, direta ou indiretamente, com projetos voltados à sustentabilidade e ao desenvolvimento socioeconômico da região”, explicou Baranov.

Natureza Positiva e ESG como Estratégia para o Desenvolvimento Sustentável

A adoção do conceito de Natureza Positiva foi destacada como uma abordagem essencial para o desenvolvimento da Amazônia. Segundo Baranov, é necessário não só evitar a degradação ambiental, mas também promover a regeneração da natureza. A Hydro, por exemplo, investe em reflorestamento do bioma amazônico, reutilização de água e gestão de resíduos, buscando evitar a perda de biodiversidade.

As práticas ESG (Ambientais, Sociais e de Governança) são fundamentais para equilibrar o desenvolvimento econômico com a responsabilidade ambiental e social. “A Hydro adota rígidos padrões de controle e governança, além de investir em projetos sociais que beneficiam as comunidades locais”, explicou Baranov. Como presidente do Simineral, ele reforça que a expansão dessas práticas entre as mineradoras é vital para garantir a integridade dos territórios e o respeito ao meio ambiente.

Parcerias e Apoio à Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias

A conferência conta com o apoio de diversos parceiros institucionais e empresas patrocinadoras. A Vale apresenta o evento, e outras patrocinadoras incluem BHP, Hydro, Itaú, MRN e Alcoa. Instituições como a CNI, CEBDS, Aberje, Sesi e Senai são apoiadoras da conferência, o que reforça o compromisso em criar um ambiente de discussões rico e propositivo.

Com a presença de executivos, acadêmicos e líderes de comunidades, o evento abordará soluções conjuntas para a Amazônia, discutindo temas como o impacto das atividades de mineração e o desenvolvimento de tecnologias de baixo impacto ambiental.

Entrevista com Anderson Baranov: Mineração Sustentável e Desafios na Amazônia

Quais são os principais desafios regulatórios que o setor de mineração enfrenta na Amazônia?

Baranov destacou que o Pará concentra a maior parte das operações da Hydro no Brasil. O estado possui uma grande demanda por alumínio, metal essencial para a transição energética global, e a Hydro tem investido em tecnologias de descarbonização e rastreabilidade das emissões ao longo da cadeia produtiva. A empresa também segue rigorosamente as normas ambientais, com investimentos que totalizam mais de R$ 10 bilhões nos últimos dez anos, contribuindo para a arrecadação tributária e o desenvolvimento local.

Como instrumentos financeiros, como créditos de carbono, podem apoiar práticas sustentáveis na Amazônia?

“Esses mecanismos facilitam investimentos em tecnologias que minimizam o impacto ambiental”, explica Baranov. O Fundo de Sustentabilidade Hydro (FSH) já destinou R$ 40 milhões para projetos de impacto na Amazônia. Além disso, a COP30, que acontecerá em 2025, será uma oportunidade para a indústria de alumínio e outros setores apresentarem avanços em sustentabilidade para o mundo.

Serviço

2ª Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias
Data: 6 a 8 de novembro de 2024
Local: Hangar Centro de Convenções, Belém (PA)
Inscrições gratuitas: https://www.amazoniaenovaseconomias.com.br/
Público-alvo: Profissionais de setores industriais e de sustentabilidade, gestores públicos, representantes de comunidades, acadêmicos, ambientalistas e interessados em ESG e novas economias.

 


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