Emissões Globais Atingem Níveis Alarmantes, com o Brasil Mostrando um Aumento de 10%
Uma análise lançada em Nova Iorque nesta segunda-feira delineia a trajetória das emissões de gases de efeito estufa, os compromissos assumidos pelos países e o nível desejado para limitar o aquecimento global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Este documento é crucial para as próximas negociações climáticas, a COP28.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou que os níveis de emissões deveriam estar diminuindo. No entanto, o valor atual é aproximadamente igual ao total das emissões anuais dos Estados Unidos, China e União Europeia combinados.
Guterres citou recordes de temperatura registrados nos últimos meses, considerados os mais quentes da história. Ele alertou que as tendências atuais estão levando o planeta a um aumento insustentável de 3°C.
As estimativas preliminares sobre o Brasil, o único país lusófono mencionado na análise, revelam um aumento de 10% nas emissões em 2022 em comparação com 2021. O desmatamento e as mudanças no uso da terra, concentradas nas regiões tropicais, são os principais motivos.
Em uma análise das metas nacionalmente determinadas (NDC) dos membros do G20, prevê-se que os integrantes do bloco não atingirão a estimativa de 2 GtCO2 até 2030. No entanto, Egito, Turquia, Emirados Árabes Unidos e Uruguai se destacam entre os 9 países com novas ou atualizadas metas nacionais, propondo reduzir ainda mais as emissões.
A diretora executiva da agência, Inger Anderson, alerta que, com a implementação plena e contínua dos esforços de mitigação dos NDCs até 2030, segundo o Acordo de Paris, o mundo teria um aumento da temperatura de 2,9°C até o fim deste século. Ela adverte que nenhum desses resultados é desejável e os progressos alcançados desde 2015, com a adoção do Acordo de Paris, mostraram que o mundo pode mudar.