O Banco do Brasil lançou o Programa Pecuária Mais Sustentável, disponível em todas as suas agências, com o objetivo de alavancar a concessão de crédito para a recuperação de áreas degradadas, incorporando tecnologia, rastreabilidade e práticas sustentáveis. O programa visa aumentar a lucratividade da pecuária brasileira e está alinhado ao Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas (PNCPD). Além disso, antecipa diretrizes do Regulamento de Auto-Regulação Bancária (SARB) número 26 da Febraban, que entrará em vigor em 2025 e tratará da gestão do risco de desmatamento ilegal.
Essa nova iniciativa surge como uma evolução do Programa Pecuária do Futuro, ampliando o escopo ao incluir toda a cadeia produtiva, desde pecuaristas até frigoríficos, com foco na recuperação ambiental e rentabilidade. O programa engloba diagnóstico, planejamento, operações de crédito, comercialização de créditos de carbono, rastreabilidade dos animais e bonificação extra para produtores que utilizam essas tecnologias.
Segundo Luiz Gustavo Braz Lage, vice-presidente de Agronegócios e Agricultura Familiar do Banco do Brasil, a instituição está comprometida em apoiar os pecuaristas na recuperação de pastagens degradadas, um objetivo central do PNCPD, que visa recuperar 40 milhões de hectares em dez anos. Lage destaca que o programa combina práticas sustentáveis com ganhos financeiros para os produtores, incentivando investimentos em ativos sustentáveis que equilibram lucro e responsabilidade ambiental.
Parcerias Estratégicas
O Programa Pecuária Mais Sustentável conta com várias parcerias importantes. A fintech Traive, por exemplo, líder em tecnologia financeira no setor agrícola e investida pelo Banco do Brasil, usará inteligência artificial para melhorar a avaliação de risco de crédito, reduzindo as chances de inadimplência. A agtech iRancho ficará responsável pela gestão dos empreendimentos pecuários, oferecendo ferramentas para controle eficiente dos animais e insumos, além de promover o bem-estar animal e aumentar a produtividade.
A rastreabilidade dos rebanhos será feita pela tecnologia blockchain SafeBeef, que auxilia os produtores a se adequarem aos protocolos da indústria compradora e à nova regulamentação. Já a IDGEO, empresa de monitoramento por satélite, fornecerá mapas de aptidão para identificar áreas que precisam de recuperação ou conversão, facilitando decisões estratégicas sobre o uso do solo e monitorando o progresso dessas intervenções.
No quesito de créditos de carbono, a MyCarbon, subsidiária da Minerva Foods, ajudará na avaliação e implementação de práticas de agropecuária de baixo carbono, contribuindo para a sustentabilidade ambiental e aumentando a eficiência produtiva.
Desempenho Financeiro
Durante a safra 2023/2024, o Banco do Brasil desembolsou R$ 6,37 bilhões para a recuperação de áreas degradadas, beneficiando aproximadamente 1,6 milhão de hectares. Com o Programa Pecuária Mais Sustentável, a expectativa é que esses números cresçam ainda mais, fortalecendo a pecuária nacional e promovendo práticas ambientalmente responsáveis.
Essa iniciativa reforça o papel do Banco do Brasil como um dos principais agentes na promoção da sustentabilidade no agronegócio, incentivando o desenvolvimento de uma pecuária mais produtiva e ambientalmente correta.