BID, Dinamarca, Noruega e Suécia anunciam US$ 800 milhões para energia limpa na Amazônia e América Central


Um novo capítulo na cooperação internacional para o clima e a energia sustentável começou nesta sexta-feira (7), durante a COP30, em Belém. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) assinou uma carta de intenções com o Impact Fund Denmark, a Agência Norueguesa de Cooperação para o Desenvolvimento (Norad), e a Agência Sueca de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (Sida), estabelecendo uma nova garantia de crédito estimada em US$ 800 milhões para impulsionar projetos de energia limpa na Amazônia e na América Central.

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O acordo, descrito por especialistas como um modelo de financiamento climático inovador, ampliará a capacidade de empréstimos do BID em dois programas estratégicos: Amazônia Sempre e América en el Centro. A iniciativa busca acelerar o acesso à eletricidade sustentável, modernizar redes de transmissão, incentivar o transporte de baixa emissão e ampliar soluções de cozinha limpa, ao mesmo tempo em que fortalece economias locais e cria empregos verdes.

Uma nova arquitetura para o financiamento climático

Para o presidente do Grupo BID, Ilan Goldfajn, a parceria com Dinamarca, Noruega e Suécia representa “um avanço concreto para a transição energética justa e inclusiva na região”. Ele destacou que os mecanismos de garantia — que reduzem o risco para investidores — permitem ao banco mobilizar recursos privados em escala sem depender apenas de fundos públicos.

“Com esse financiamento inovador, estamos fortalecendo a segurança energética e o crescimento inclusivo na Amazônia e na América Central. Essa é a terceira parceria com a Sida e a primeira com o Impact Fund Denmark e a Norad — uma união que amplia a resiliência e abre novas possibilidades de cooperação”, afirmou Goldfajn.

As garantias de transferência de risco já provaram sua eficácia. Em 2021, uma operação de US$ 100 milhões entre o BID e a Sida viabilizou recursos para projetos de resiliência climática e igualdade de gênero na Bolívia, Colômbia e Guatemala. Três anos depois, um segundo acordo de US$ 250 milhões liberou US$ 469 milhões adicionais para iniciativas do programa Amazônia Sempre.

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Placas Energia Solar – Agencia Brasil

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Dinamarca, Noruega e Suécia ampliam papel global

Para Lars Bo Bertram, CEO do Impact Fund Denmark, o novo acordo é “um exemplo de como instrumentos financeiros inteligentes podem multiplicar resultados reais”. Segundo ele, as garantias se tornam “catalisadores poderosos da ação climática”, pois ajudam a desbloquear investimentos onde o capital tradicional não chega.

A Noruega, parceira histórica da conservação amazônica por meio do Fundo Amazônia, também reforçou seu papel. O primeiro-ministro Jonas Gahr Støre lembrou que a região é uma das mais carentes em acesso à energia e que essa nova cooperação “terá efeitos positivos para as pessoas, o meio ambiente e o desenvolvimento econômico”.

Da Suécia, Kjell Forsberg, diretor-geral adjunto da Sida, destacou que a colaboração com o BID “demonstra como instrumentos financeiros inovadores podem multiplicar impactos e alinhar investimentos às metas climáticas globais”.

Conexão Amazônia – América Central

Os programas Amazônia Sempre e América en el Centro estão no centro da estratégia regional do BID. O primeiro atua em oito países amazônicos, integrando conservação da biodiversidade, transição energética e desenvolvimento sustentável. O segundo busca fortalecer a resiliência da América Central, Panamá e República Dominicana, destravando o potencial econômico da região com base em sustentabilidade.

Durante a COP30, o BID realiza mais de 80 eventos temáticos, entre eles exposições no Pavilhão do Grupo BID, na Casa BID, e na Estação AMAZÔNIA SEMPRE, instalada no Museu Paraense Emílio Goeldi. O banco busca mobilizar ao menos US$ 6 bilhões em novos programas para enfrentar as lacunas no financiamento de um desenvolvimento mais verde, justo e resiliente.

A proposta é clara: usar inovação financeira para mudar a geografia do investimento climático, canalizando recursos para as regiões e populações que historicamente ficaram à margem da transição energética global.

Como destacou Goldfajn, “a COP30 é um marco não apenas para discutir compromissos, mas para mostrar que a Amazônia pode ser também um laboratório de soluções — e não apenas um símbolo de urgência”.

SERVIÇO:
AGRIZONE – Mais de 400 eventos na programação
QUANDO: 10 a 21 de novembro*
ONDE: Embrapa Amazônia Oriental* (Embrapa Amazônia Oriental – Tv. Dr. Enéas Pinheiro, s/n – Marco, Belém).
MAIS INFORMAÇÕES: https://www.cnabrasil.org.br/