O quarto branqueamento em massa de corais do mundo está em andamento

Autor: Redação Revista Amazônia

Mergulhe nas profundezas dos oceanos e descubra os recifes de coral, verdadeiras cidades subaquáticas pulsantes de vida. Imagine um mundo subaquático onde peixes multicoloridos dançam entre corais em forma de catedral, tartarugas marinhas deslizam com elegância e tubarões-reais patrulham as profundezas. Essa é a realidade mágica dos recifes de coral, mas essa maravilha natural está em perigo.

Esses oásis de cor vibrante abrigam uma rica biodiversidade, com cerca de 25% de todas as espécies marinhas dependendo deles para sobrevivência. Estima-se que o valor econômico dos serviços que esses ecossistemas complexos fornecem seja superior a 3,4 bilhões de dólares anuais apenas nos EUA. Os recifes de coral são essenciais para a pesca, o turismo, a proteção da costa e até mesmo a produção de medicamentos.

Mas o aumento da temperatura dos oceanos ameaça a sobrevivência dos recifes de coral. Quando a água fica quente demais por muito tempo, os corais expulsam as algas simbióticas que lhes fornecem alimento e cor, um processo chamado branqueamento. Sem essa proteção vital, os corais ficam vulneráveis à fome, doenças e até mesmo à morte.

O cenário atual é alarmante. Desde o início de 2023, os corais estão morrendo em massa nos oceanos Índico, Pacífico e Atlântico, um evento global de branqueamento sem precedentes. Na região do Caribe, o branqueamento é o mais severo já registrado, ameaçando a sobrevivência de um dos ecossistemas mais importantes do planeta.

Cientistas e ambientalistas do mundo todo estão se unindo para salvar os recifes de coral. Eles estão desenvolvendo estratégias inovadoras para:

  • Tornar os corais mais tolerantes ao calor: Através de técnicas de seleção genética e adaptação gradual, os cientistas buscam criar corais mais resistentes ao aumento da temperatura da água.
  • Restaurar áreas danificadas: Transplantes de corais saudáveis, fragmentação e cultivo em laboratório são algumas das técnicas utilizadas para recuperar áreas degradadas pelos eventos de branqueamento.
  • Realocar corais para áreas mais frias: Em alguns casos, é possível transferir corais para locais com temperaturas mais amenas, aumentando suas chances de sobrevivência.
  • Criar “supercorais”: Através de hibridização e manipulação genética, os cientistas buscam desenvolver corais com características mais robustas e resilientes.
  • Utilizar sinais químicos e sonoros: Estudos demonstram que determinados sons e compostos químicos podem atrair larvas de corais e peixes, auxiliando na recolonização de áreas danificadas.

Peixes e outros organismos também desempenham um papel crucial na saúde dos recifes. Peixes herbívoros, como o peixe-papagaio, o peixe-cirurgião e o peixe-coelho, controlam o crescimento de algas marinhas que competem com os corais por espaço e luz. Já os pepinos-do-mar, como aspiradores naturais do fundo do mar, removem detritos e bactérias, mantendo os recifes limpos e saudáveis.

A conectividade oceânica também é essencial para a recuperação dos recifes. Quando peixes e corais liberam suas larvas, elas flutuam nas correntes oceânicas, conectando recifes distantes e promovendo a diversidade genética. Preservar essa conectividade é fundamental para a resiliência dos recifes diante de ameaças como o branqueamento.

A ciência está avançando com o auxílio do aprendizado de máquina. Algoritmos inteligentes estão analisando dados de correntes oceânicas, construindo redes de ecorregiões e identificando recifes com maior conectividade. Essa ferramenta poderosa está ajudando os cientistas a entender melhor a dinâmica dos recifes e a direcionar os esforços de conservação de forma mais eficaz.

O Triângulo de Coral no Sudeste Asiático, o maior ponto quente de biodiversidade da Terra, oferece um exemplo inspirador de resiliência. As mudanças periódicas entre os padrões climáticos El Niño e La Niña promovem a biodiversidade nos recifes, garantindo que recebam larvas de diferentes locais em anos distintos. Essa dinâmica natural demonstra a capacidade dos recifes de se adaptar e se recuperar de mudanças ambientais.

Salvar os recifes de coral é uma missão urgente e complexa. É preciso unir esforços de governos, ONGs, cientistas, comunidades locais e o público em geral para proteger


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