O Brasil conquistou um importante consenso no G20 sobre a transição energética, com a aprovação de uma declaração conjunta que propõe triplicar a capacidade global de fontes de energia renovável até 2030. A iniciativa foi liderada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, durante a reunião ministerial do Grupo de Trabalho de Transições Energéticas (ETWG), realizada em 4 de outubro. O documento também prevê dobrar a eficiência energética mundial, ao lado de avanços em tecnologias de emissões zero e baixa emissão, além de iniciativas para aumentar a segurança energética e promover transições energéticas sustentáveis, acessíveis e justas.
Brasil no G20
Após dois anos sem assinatura de um documento conjunto, o resultado foi saudado como uma conquista diplomática do governo brasileiro, liderado pelo presidente Lula. “O Brasil demonstrou que é possível liderar a transição energética global por meio do diálogo e da cooperação. Este é um marco importante para garantir um futuro sustentável e equilibrado para o planeta”, afirmou Silveira. Ele destacou que o acordo foi fruto de intensa negociação, reafirmando o compromisso do Brasil com uma transição energética que priorize a justiça social e o respeito ao meio ambiente.
Medidas Concretas
A declaração reconhece a necessidade de investir em soluções tecnológicas para garantir a estabilidade e flexibilidade dos sistemas energéticos, como o uso de baterias, hidrelétricas de bombeamento e a modernização das redes elétricas. Além disso, o documento dá ênfase à eficiência energética, que é considerada um dos combustíveis prioritários para reduzir o consumo de energia.
Outro destaque foi o compromisso assumido pelos países do G20 de acelerar os esforços para garantir o acesso universal a métodos de cozimento limpos até 2030. Para Silveira, esse é um passo importante para combater a pobreza energética e melhorar a qualidade de vida das populações mais vulneráveis. Ele citou como exemplo o programa “Gás para Todos”, lançado recentemente no Brasil, que quadruplicará a cobertura de auxílio-gás, beneficiando mais de 20 milhões de famílias.
Financiamento para Países em Desenvolvimento
O grupo também ressaltou a importância de apoiar os países em desenvolvimento em suas transições para fontes de energia de baixo carbono. Esse apoio será fundamental para que essas nações possam alcançar as metas globais de redução de emissões e adotar tecnologias mais limpas. O documento reforça a necessidade de facilitar o financiamento para essas iniciativas, visando garantir que os países menos desenvolvidos tenham condições de participar de maneira ativa na transição energética global.
Princípios de Transição Justa e Inclusiva
Sob a liderança do Brasil, o G20 também adotou os princípios de uma transição energética justa e inclusiva, que Silveira apresentou ao Papa Francisco em uma audiência no Vaticano. Esses princípios buscam garantir que a transição para energias limpas seja um processo que promova não apenas mudanças tecnológicas, mas também um novo modelo de desenvolvimento que priorize a equidade social e o combate à pobreza energética.
Entre os principais pontos defendidos estão o acesso universal à energia elétrica e a tecnologias limpas para cozinhar, garantindo que a transição energética alcance as populações mais vulneráveis e não deixe ninguém para trás. “Uma transição energética justa significa levar desenvolvimento para todos, assegurando que todos tenham acesso à energia de maneira limpa e sustentável”, concluiu Silveira.
Com o fim da reunião ministerial em Foz do Iguaçu, o Brasil solidifica sua posição como líder no debate global sobre transição energética, mostrando que é possível combinar crescimento econômico com sustentabilidade e inclusão social.