Brasil e Estados Unidos poderão firmar uma parceria na área espacial para aperfeiçoar as tecnologias de monitoramento da Amazônia. O assunto foi discutido nesta terça-feira (25) durante reunião entre a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e o administrador da Nasa, Bill Nelson, no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos (SP). O diretor do Inpe, Clezio Nardin, e o presidente da Agência Espacial Brasileira, Marco Antonio Chamon.
Hoje, o monitoramento da Amazônia é feito pelos satélites de sensoriamento remoto CBERS e Amazonia-1, que é totalmente brasileiro. Mas uma nova tecnologia em desenvolvimento pelo Inpe, o Radar de Abertura Sintética (SAR), vai permitir a geração de dados em qualquer condição climática e através de nuvens, o que é fundamental na região amazônica. Já a tecnologia espacial desenvolvida pela Nasa ultrapassa a copa das árvores.
“O que o administrador da Nasa traz é o acesso brasileiro aos dados dos satélites já em operação, e o que estamos propondo é o desenvolvimento conjunto de tecnologias espaciais”, afirmou.
“Estamos evoluindo. O Brasil será imune a cobertura das nuvens, que não serão mais manchas brancas. O radar que estamos desenvolvendo enxerga além disso”, explicou o diretor do Inpe.
A ministra Luciana Santos também propôs que o Inpe atue como “hub regional”, reunindo os dados coletados dos satélites da Nasa e disponibilizando para os países da América Latina. Ela lembrou o trabalho desenvolvido pelo Inpe com os programas Deter, que oferece suporte às ações de fiscalização e combate ao desmatamento com um sistema de alerta, e o Prodes, que gera taxas anuais de desmatamento para apoiar políticas públicas de longo prazo para conter a destruição da Amazônia e do Cerrado.
“O Inpe tem sido um incansável defensor e executor de primeira linha do monitoramento da Amazônia. Temos diversas parcerias para isso, e contar com a cooperação dos Estados Unidos ajudará a incrementar todo o sistema de dados e imagens para esse monitoramento. O Inpe tem a expertise, com pessoal altamente capacitado, de alto nível, para traduzir os dados e imagens dos satélites em informação relevante para o governo e a sociedade brasileira”, disse a ministra.