Em novembro de 2025, o Brasil será palco de um dos eventos mais importantes do debate climático mundial: a 30ª Conferência das Partes da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP30. O evento acontecerá em Belém, capital do Pará, marcando a primeira vez que uma conferência do tipo ocorre em uma floresta tropical. Com representantes de mais de 190 países, o fórum é considerado estratégico para decisões globais sobre o clima.
Apesar da relevância internacional, uma pesquisa revela que apenas 50% da população brasileira tem conhecimento de que o país será o anfitrião do evento. A constatação vem de um levantamento encomendado pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), realizado pelo instituto Opinion Box.
Conhecimento maior entre homens, classes altas e moradores do Norte
A pesquisa entrevistou 3.266 brasileiros, com margem de erro de 1,7 ponto percentual e 95% de nível de confiança. Os dados mostram que o grau de conhecimento sobre a realização da COP30 no Brasil varia de acordo com o perfil dos entrevistados.
Entre os homens, 58% disseram estar cientes do evento. O mesmo percentual foi registrado entre pessoas das classes sociais A e B. Já no recorte regional, o Norte do país — onde acontecerá a conferência — aparece com maior índice de reconhecimento: 69% dos moradores da região sabem da realização da COP30.
O estudo recomenda que haja um esforço mais intenso de comunicação nas demais regiões do país, especialmente entre as classes C, D e E, para ampliar o alcance da informação e estimular o engajamento da população.
Amazônia lidera símbolos nacionais para os brasileiros
Quando questionados sobre quais lugares melhor representam o Brasil, os entrevistados apontaram a Amazônia como o principal símbolo nacional, com 53% das respostas. Em seguida aparecem o Rio de Janeiro (36%), praias (33%), São Paulo (30%), o Pantanal (22%), Brasília (16%), cidades do interior (15%) e outros locais (2%).
A identificação com a floresta amazônica reflete não apenas a valorização da biodiversidade, mas também o potencial de imagem do país perante o cenário internacional, principalmente em um evento que tratará diretamente de questões ambientais.
Diversão é a principal imagem do Brasil no exterior
O levantamento também explorou como o Brasil é percebido por outros países. A conclusão é que, para os estrangeiros, o país transmite uma imagem de leveza e entretenimento. O estudo descreve o Brasil como “um amigo animado e divertido, que convida para aventuras na natureza, entre praias e florestas — o amigo de fim de semana, mas ausente nas segundas-feiras”.
Essa percepção positiva é acompanhada por forte interesse internacional na Amazônia: 76% dos estrangeiros dizem querer visitar o Brasil pela floresta, e 75% apontam o desejo de conhecer iniciativas de conservação e proteção ambiental.
Olhar interno: um Brasil doente, mas com chance de recuperação
Ao analisarem o próprio país, os brasileiros revelam uma visão ambígua, dividida entre esperança e frustração. Para 46% dos entrevistados, o Brasil é um país “doente, mas com potencial de cura”. Outros 34% o classificam como “saudável”, enquanto 20% dizem que está “muito doente” e 3% acreditam que “não tem mais salvação”.
Questionados sobre os sentimentos que nutrem em relação ao Brasil, 45% dizem sentir esperança, 34% apontam frustração, 25% tristeza, 25% vergonha, 12% orgulho, 11% alegria e 7% indiferença.
Desejo por um Brasil mais eficiente e justo
Apesar dos desafios e sentimentos negativos, há um desejo coletivo por transformação. Para 44% dos brasileiros, o país é visto como trabalhador, e há expectativa de que, no futuro, o Brasil seja reconhecido por sua justiça, eficiência e competência.
Com a proximidade da COP30, o estudo deixa claro que é necessário fortalecer o diálogo com a população e reforçar o papel do Brasil no cenário climático global — não apenas como anfitrião do evento, mas como líder em soluções sustentáveis.
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