A Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), em parceria com o British Council e a Iniciativa Amazônia+10, anunciou uma nova oportunidade para pesquisadores do Brasil e do Reino Unido interessados em desenvolver projetos voltados à Amazônia. A chamada pública Amazonia BR/UK Workshops Grants prevê um investimento total de £ 330 mil, com financiamento máximo de £ 55 mil por proposta.

Mais do que um simples edital de fomento, o programa é um convite à colaboração científica transnacional. Seu objetivo é apoiar a realização de workshops temáticos que sirvam como ponto de partida para novas redes de pesquisa, projetos conjuntos e soluções práticas em temas urgentes para o bioma amazônico. As inscrições seguem abertas até 21 de outubro de 2025, às 7h (horário de Brasília).
Conexões científicas para um futuro comum
O edital é fruto da união de esforços entre o Fundo de Parcerias Internacionais em Ciências (ISPF), mantido pelo governo do Reino Unido, e a Iniciativa Amazônia+10, que reúne fundações de amparo à pesquisa de toda a Amazônia Legal. A proposta deve ser submetida conjuntamente por um pesquisador sediado no Reino Unido e outro vinculado a uma instituição científica localizada na Amazônia Legal, reforçando o compromisso com o intercâmbio de conhecimento entre o Norte global e o Sul global.
Segundo o diretor científico da Fapespa, Deyvison Medrado, a iniciativa é uma oportunidade de fortalecer vínculos internacionais e abrir portas para novas colaborações. “Pesquisadores em início de carreira no Pará podem, a partir desses encontros, estabelecer conexões sólidas com colegas britânicos, o que certamente refletirá em propostas mais robustas nos próximos editais da Iniciativa Amazônia+10”, destaca.

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Ciência aplicada à transformação da Amazônia
Os temas contemplados pela chamada refletem os desafios estruturais da região amazônica: biodiversidade, mudanças climáticas, bioeconomia, biotecnologia, uso do solo e melhoria das condições de vida das populações locais. O objetivo é que os workshops funcionem como espaços de articulação de ideias e criação de agendas comuns, permitindo que o conhecimento científico se traduza em inovação social e sustentabilidade ambiental.
“Esses encontros são essenciais para alinhar prioridades e construir parcerias consistentes”, explica Medrado. “Eles representam o início de uma trajetória de cooperação que pode culminar em novas oportunidades de fomento, tanto no Brasil quanto no exterior.”
Internacionalização e protagonismo amazônico
Para o presidente da Fapespa, Marcel Botelho, a chamada simboliza um passo decisivo na estratégia de internacionalização da ciência produzida no Pará. Ele destaca que o estado reúne grupos de pesquisa altamente qualificados, com potencial de liderar as propostas submetidas no âmbito amazônico.
“A parceria com o British Council amplia as fronteiras do conhecimento e favorece o compartilhamento de ideias que, no futuro, podem se transformar em políticas e tecnologias para o desenvolvimento sustentável da Amazônia”, afirma Botelho. “Esperamos que o Pará mantenha sua liderança na região, pela força e diversidade de suas instituições científicas.”
A iniciativa reforça a visão de que a Amazônia não é apenas um território de pesquisa, mas um espaço de inovação e protagonismo científico, onde a cooperação internacional pode gerar impactos duradouros. Em um contexto de emergência climática global, programas como o Amazonia BR/UK Workshops Grants reafirmam o papel da ciência como ponte entre povos, saberes e soluções.






































