A organização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) já recebeu 1.270 propostas de painéis para integrar os “Pavilhões Brasil” da conferência, em novembro. O número marca um recorde, bastante acima do observado nas edições anteriores: em Dubai (COP28) foram 700 propostas; em Baku (COP29), apenas 500.

O volume sugere forte desejo de participação nacional e internacional nos debates climáticos. O processo de seleção dos painéis deverá ser concluído em breve: o resultado será divulgado na quinta-feira, dia 25 de setembro, no site do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
Os painéis técnicos são um dos principais canais de envolvimento da sociedade civil, governos regionais e setor privado na COP30. O Brasil preparará dois pavilhões oficiais: um situado na Zona Azul e outro na Zona Verde, para abrigar esses espaços de debate, em paralelo aos pavilhões de outros países e organizações.
Cada sessão nos Pavilhões Brasil terá duração de até 50 minutos, com realização prevista entre 10h e 18h nos dias de evento. Diz o guia orientativo que as propostas devem vir de governos subnacionais, setor privado ou sociedade civil. Instituições federais participarão por outro processo.

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Temáticas esperadas para os painéis incluem os 30 objetivos estratégicos da Agenda de Ação, as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), o Plano Clima e outras políticas ligadas à mitigação, adaptação, justiça climática e governança multissetorial.
A expectativa do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima é que os Pavilhões Brasil se transformem em espaços de convergência entre atores diversos pesquisadores, ativistas, produtores e gestores públicos, fomentando trocas de experiências, políticas inovadoras e visibilização de iniciativas locais e possíveis caminhos para enfrentar a emergência climática com impacto concreto para comunidades afetadas.
Além do simbolismo, há um componente prático: os Pavilhões funcionam como vitrine para ideias, projetos pilotos, parcerias e compromissos. Quem participa pode alcançar visibilidade, mobilizar apoios e, potencialmente, influenciar decisões que sairão da COP30. Em contexto onde emergem críticas sobre desigualdades de acesso de infraestrutura, logística ou representação, a alta adesão às propostas é também um sinal de demanda por participação democrática nos fóruns climáticos.
Assim, o recorde de propostas não apenas indica engajamento, mas também impõe ao comitê organizador o desafio de selecionar e organizar uma programação diversa, de alta qualidade e que represente diferentes regiões, perspectivas e urgências climáticas do Brasil. A publicação do resultado dias antes do evento cria a tensão da expectativa, mas também oferece transparência a um processo decisório com impacto nacional e internacional.






































