A Zona Verde da COP30, que será realizada em Belém (PA) entre 10 e 21 de novembro, foi pensada como o coração aberto da conferência — um espaço público, gratuito e interativo, voltado para o diálogo entre a sociedade civil, governos e o setor privado sobre o futuro climático do planeta. Instalada no Parque da Cidade, a área integra o legado permanente do evento para a capital paraense.

Diferentemente da Zona Azul, onde ocorrem as negociações diplomáticas e reuniões oficiais entre chefes de Estado e representantes dos 190 países-membros da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), a Zona Verde foi concebida como um espaço de convivência e participação popular. O local reunirá exposições, debates, oficinas, instalações imersivas, apresentações artísticas e shows, aproximando a população de temas como sustentabilidade, inovação, biodiversidade, bioeconomia e juventude.
A COP30 e o legado de Belém
A COP30 marcará a primeira vez que a conferência global sobre o clima será sediada na Amazônia, e a Zona Verde simboliza essa conexão direta com o território. O espaço foi idealizado pelo Governo Federal, com apoio da Casa Civil e coordenação do comitê organizador local, para reforçar a participação social e o protagonismo brasileiro na agenda climática internacional.
Segundo Pedro Pontual, secretário-adjunto da Casa Civil e responsável pelo processo de segurança pública da COP30, a proposta é garantir acesso democrático sem comprometer a segurança. “Enquanto a Zona Azul é o espaço das negociações entre os Estados, a Zona Verde será o ambiente para que quem não faz parte dessas tratativas também possa participar, interagir e usufruir da experiência que a conferência proporciona”, explicou.
O acesso será livre, sem necessidade de credenciamento para o público ou imprensa, mas com controle por detectores de metais e inspeção por raio-X — um modelo inspirado em grandes conferências internacionais.

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Um espaço de diálogo e cultura climática
A Zona Verde será mais que um ponto de visitação: ela funcionará como uma plataforma de engajamento social. Seus diferentes hubs temáticos abordarão financiamento climático, tecnologias limpas, energias renováveis e soluções baseadas na natureza, reunindo ministérios, governos estaduais e municipais, universidades, empresas, organizações da sociedade civil e movimentos sociais.
Entre os principais objetivos do espaço estão:
Reforçar o protagonismo brasileiro na agenda de transição ecológica, envolvendo poderes públicos e instituições de pesquisa.
Dar visibilidade à ciência amazônica, aos povos indígenas e comunidades tradicionais, valorizando saberes locais e práticas sustentáveis.
Mostrar soluções climáticas do setor privado brasileiro, com destaque para inovação e sustentabilidade.
Garantir a ampla participação da sociedade civil, incluindo organizações sem status oficial de observador na COP.
Engajar a população de Belém, fortalecendo o vínculo entre território e compromisso ambiental.
Cultura, lazer e educação ambiental
Durante o período da conferência, a Zona Verde se transformará também em um centro cultural e turístico, aberto a visitantes de todas as idades. As instalações incluem áreas de convivência, esportes, gastronomia e espaços educativos, que foram testados previamente: entre junho e agosto, cerca de 700 mil pessoas circularam pelo Parque da Cidade, durante o período em que o espaço esteve aberto antes da montagem final para a COP30.
As atrações vão desde exposições científicas e oficinas criativas até shows e performances artísticas, projetadas para aproximar o debate climático da vida cotidiana. A intenção é transformar a pauta ambiental em uma experiência sensorial e inspiradora — não apenas em relatórios e negociações, mas em vivência coletiva.
A Amazônia como palco global
Com a realização da COP30 em Belém, o Brasil reforça seu papel de liderança nas discussões globais sobre transição energética, descarbonização e proteção da biodiversidade. A Zona Verde sintetiza esse compromisso: um espaço de aprendizado, diálogo e celebração da diversidade cultural e ambiental da Amazônia.
Ao abrir suas portas para todos, sem credenciamento, a área pública da COP30 traduz a mensagem central do evento — enfrentar a crise climática exige a participação de todos os setores da sociedade. E é essa abertura simbólica, tanto física quanto política, que torna a Zona Verde um dos principais legados da conferência para o Brasil e para o mundo.







































