Descubra Como a Ciência Monitora as Mudanças Climáticas

Autor: Redação Revista Amazônia

Você certamente já ouviu mensagens da ONU alertando o mundo sobre o perigo do aquecimento global. Mas você sabe como é feita a medição que está por trás desses alertas?

Os Indicadores do Clima

Ao todo, sete indicadores são usados pelos cientistas para monitorar a evolução e o estado do sistema climático global. Esses indicadores constituem informação-chave para descrever as alterações climáticas. Os métodos aplicados neste processo vão de observações no fundo do mar até ao topo da atmosfera.

A Temperatura Média do Ar na Superfície

O primeiro indicador importante é a temperatura média do ar na superfície. Para gerar essa informação, é feita uma combinação entre a temperatura do ar cerca de dois metros acima da superfície da terra e do mar, usando informações de estações de medição espalhadas pelo mundo e modelos de reanálise de clima. É com base em seis conjuntos de dados de temperatura global que a OMM calcula a anomalia e o ranking anual. 2023 será o ano mais quente desde que há registro. As medições começaram em 1850. Além disso, os últimos nove anos, de 2015 a 2023, foram os mais quentes.

O Conteúdo de Calor do Oceano

O segundo indicador é o conteúdo de calor do oceano. Essa medida é feita em várias profundidades, chegando até 2 mil metros. Todas as bases de dados apontam que a taxa de aquecimento do oceano tem tido um aumento acentuado nas últimas duas décadas em todas as profundidades. O oceano absorveu e retém cerca de 90% do excesso de calor devido ao aumento do efeito estufa causado pelos humanos. A última informação consolidada disponível, referente ao ano 2022, revela que o conteúdo de calor do oceano atingiu um novo recorde neste ano.

O Aumento do Nível do Mar

Outro elemento observado é o aumento do nível do mar, que tem acontecido de forma constante. Entre janeiro de 1993 e outubro de 2023, o mar subiu mais de 10 cm, atingindo um valor recorde em 2023. Além disso, verifica-se uma aceleração, pois a taxa de subida do nível médio do mar nos últimos dez anos é mais do que o dobro da registrada entre 1993 e 2002. As projeções apontam para a continuidade do aumento de forma cada vez mais rápida, especialmente devido ao aquecimento dos oceanos e o derretimento do gelo dos glaciares e das calotas polares. No ritmo atual, o degelo da Groenlândia e da Antártida podem contribuir para que o nível médio do mar suba quase um metro ainda neste século, num cenário de altas emissões de gases com efeito estufa.

A Massa Glacial

O quarto indicador é a massa glacial. Os chamados glaciares, ou geleiras, são uma grande massa de gelo que pode levar até 30 mil anos para se formar. Elas estão presentes em várias partes do planeta, principalmente no topo das mais altas montanhas. As geleiras armazenam 70% da água doce existente no planeta. Desde os anos 70, houve uma diminuição média de mais de 30 metros na espessura dessas geleiras. Em agosto de 2023, foi registrado na Suíça um novo recorde de altitude para o ponto na atmosfera em que a água congela, que ficou em 5.298 metros. Isso é bem mais acima do que o topo das mais altas montanhas da Europa, como o Mont Blanc, que tem 4.811 metros.

A Extensão do Gelo Marinho

A quinta medida é a extensão do gelo marinho. Novos números mostram que em setembro deste ano, o gelo marinho da Antártica era de 1,5 milhão km2 menor que a média, uma área aproximadamente igual à área de Portugal.


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