Em situações de emergência, cada minuto pode representar a diferença entre a vida e a morte. Esse é o princípio que orienta o trabalho do Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), localizado em Ananindeua, unidade de referência em traumas graves e de média e alta complexidade na Região Norte. Recentemente, o hospital apresentou seus protocolos de atendimento a vítimas de acidentes de grande porte durante um encontro promovido pelo Ministério da Saúde, por meio da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa).


SAIBA MAIS: Pará estrutura rede hospitalar para atender COP30 com agilidade
O evento integrou um ciclo de atividades realizadas em Belém, voltadas à preparação de estados e municípios para incidentes com múltiplas vítimas (IMV). Nesses cenários, a capacidade de resposta das instituições de saúde é testada ao limite, exigindo integração entre equipes multiprofissionais e protocolos bem definidos.
Na palestra “Preparação Hospitalar para IMV”, a coordenadora de pronto atendimento do HMUE, Mila Michele, apresentou a experiência do hospital. Ela explicou que o plano desenvolvido inclui treinamento interno com todas as equipes, simulações teóricas e práticas que recriam situações de desastres ou acidentes em larga escala. “O objetivo é sempre o mesmo: salvar o maior número possível de vidas. Cada exercício é uma oportunidade de avaliar, corrigir e aperfeiçoar os protocolos. Nosso último simulado foi um sucesso porque desafiou os profissionais e permitiu aprimorar nossa capacidade de resposta”, afirmou.
O encontro também contou com a participação do gerente de enfermagem do hospital, Romerito Margotti, e da supervisora de enfermagem, Karine Cristina, que destacaram a relevância da cooperação entre diferentes áreas no atendimento emergencial. A preparação não se limita a médicos e enfermeiros: envolve todos os setores do hospital, desde logística até suporte psicológico às vítimas e familiares.
A busca pela excelência no enfrentamento de emergências não começou agora. No primeiro semestre de 2025, o HMUE já havia realizado um grande simulado de IMV, em parceria com a Sespa, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e outros órgãos estratégicos. A iniciativa testou, em condições realistas, a articulação da rede de saúde diante de cenários críticos.
Para o diretor executivo do HMUE, Marcelo Azevedo, esses treinamentos reforçam a vocação estratégica da instituição. “O Hospital Metropolitano atua todos os dias com casos de alta complexidade, mas também se prepara constantemente para situações extraordinárias. Isso fortalece nosso papel dentro do SUS no Pará e garante à população um cuidado resolutivo e rápido em momentos de maior vulnerabilidade”, afirmou.
O hospital é administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Sespa. Sua estrutura é referência não apenas em traumatologia, mas também em neurocirurgia, cirurgia plástica para queimados, clínica médica, pediatria e unidades de terapia intensiva (UTI). Apenas em 2024, a unidade realizou mais de 600 mil atendimentos, incluindo internações, cirurgias, exames e consultas. Esses números dimensionam a importância do hospital para a Região Metropolitana de Belém e municípios vizinhos.
A rotina do HMUE demonstra que a preparação para acidentes graves e desastres não deve ser tratada como uma exceção, mas como parte de um planejamento contínuo de saúde pública. O fortalecimento de protocolos, a realização de simulados e a integração com órgãos como Ministério da Saúde, Sespa e Samu são estratégias que transformam a experiência acumulada em capacidade de resposta imediata.
Num cenário global marcado por riscos crescentes – desde eventos climáticos extremos até acidentes tecnológicos –, iniciativas como as do Hospital Metropolitano mostram que investir em prevenção e preparação é tão crucial quanto ampliar o acesso ao atendimento. Ao tornar visível a complexidade de seus protocolos e simulações, a unidade reforça não apenas sua competência técnica, mas também seu compromisso com a vida de milhares de paraenses.













































