A Itaipu Binacional, em parceria com a Caixa Econômica Federal, anunciou nesta quarta-feira (3) a segunda chamada do Edital 01/2024 do programa Itaipu Mais que Energia. O anúncio reforça uma iniciativa que já é considerada uma das maiores do país em apoio direto a organizações sociais e ambientais.

Nesta nova etapa, 330 entidades de 167 municípios do Paraná e da região sul do Mato Grosso do Sul foram selecionadas para receber recursos que somam R$ 83,3 milhões. Os investimentos são destinados a projetos que abrangem desde ações de restauração florestal e conservação da fauna silvestre até iniciativas de educação popular, cultura, esporte, saúde e economia solidária.
Com essa segunda lista, o alcance do edital se torna ainda mais expressivo. Na primeira chamada, divulgada em 30 de abril, 689 organizações já haviam sido contempladas com quase R$ 222 milhões. Somando as duas etapas, o número de instituições apoiadas chega a 1.019, distribuídas em 297 municípios, com um volume total de R$ 305 milhões em investimentos. A estimativa é beneficiar diretamente cerca de 560 mil pessoas, um contingente que, sozinho, seria suficiente para formar uma cidade de médio porte.
Mais do que números, o programa carrega uma dimensão simbólica importante: reforça a ideia de que políticas sociais e ambientais só alcançam efetividade quando envolvem a sociedade civil organizada. Durante o anúncio, o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri, destacou que superar desigualdades históricas não é tarefa apenas de governos. “Reconhecemos que apenas a prefeitura, o estado e a União, isoladamente, não conseguiriam superar as históricas desigualdades que permeiam nossa nação. A população, com seu trabalho, vontade e dedicação ao próximo, desempenha um papel crucial na redução dessas disparidades”, afirmou.
A visão de Verri encontra eco na fala de Carlos Carboni, diretor de Coordenação da Itaipu, que ressaltou a abrangência inédita do edital. “O objetivo é fortalecer organizações sociais que desenvolvem projetos em áreas essenciais, com foco nos segmentos mais vulneráveis da sociedade.”
O edital contempla 13 linhas de atuação, abrangendo desde temas diretamente relacionados à preservação ambiental — como restauração florestal, conservação de fauna, bioeconomia e pesca familiar — até dimensões sociais igualmente urgentes, como gênero e diversidade, segurança alimentar, saúde e bem-estar social. Essa variedade de áreas reconhece que desenvolvimento sustentável é também social, não apenas ambiental.

As entidades contempladas nesta fase terão até 30 de setembro para revisar e ajustar seus projetos no sistema Bússola Social, plataforma de gestão e monitoramento que garante maior transparência ao processo. O suporte técnico será prestado pela própria Itaipu em horário comercial. Há, contudo, um alerta: instituições que não cumprirem as exigências dentro do prazo poderão ser desclassificadas, o que reforça o caráter de responsabilidade compartilhada da iniciativa.
O impacto do programa Itaipu Mais que Energia vai além da simples transferência de recursos. Ele fortalece organizações de base que atuam em comunidades muitas vezes invisíveis para políticas públicas tradicionais. Uma associação comunitária que recupera áreas de mata ciliar, um coletivo cultural que oferece alternativas para jovens em situação de vulnerabilidade ou um grupo de mulheres que empreende em economia solidária podem, com esse apoio, transformar realidades locais e inspirar mudanças estruturais.
O ineditismo e a escala do programa demonstram uma aposta estratégica da Itaipu em articular desenvolvimento econômico, social e ambiental. Em vez de tratar as três dimensões de forma separada, a empresa busca integrá-las. Essa integração é essencial num momento em que o Brasil discute o equilíbrio entre expansão produtiva, preservação ambiental e justiça social.
Ao apoiar mais de mil organizações em menos de um ano, a Itaipu sinaliza que o futuro da transformação social e ambiental passa por redes colaborativas, capazes de unir empresas, Estado e sociedade civil em torno de objetivos comuns. O desafio agora é garantir que os projetos executados alcancem resultados concretos e sustentáveis, multiplicando impactos e inspirando outras iniciativas semelhantes pelo país.











































