A ativista Txai Suruí se junta a um grupo global para moldar as estratégias de combate à crise ambiental, representando uma voz crucial da Amazônia no cenário internacional.

A jovem indígena brasileira Txai Suruí, do povo Paiter Suruí, foi selecionada para o terceiro Grupo Consultivo da Juventude sobre Mudanças Climáticas, que assessora diretamente o secretário-geral da ONU, António Guterres. O anúncio, feito no Dia Internacional da Juventude, reforça o papel fundamental das novas gerações na busca por soluções urgentes para a crise climática. A escolha da ativista destaca a importância da perspectiva dos povos originários na formulação de políticas ambientais.
Voz da floresta chega à ONU
Txai Suruí é fundadora do movimento da Juventude Indígena de Rondônia e coordena a Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, uma organização com mais de três décadas de atuação na proteção de territórios e na garantia da segurança alimentar de comunidades indígenas. Sua participação em fóruns globais, incluindo a abertura da COP26 em Glasgow, já a consolidou como uma defensora incisiva dos direitos dos povos indígenas e da preservação ambiental. Sua presença agora no conselho da ONU amplifica essa plataforma.

Um ano decisivo para a ação climática
O ano de 2025 é considerado um momento chave para a ação climática global. Ele marca o décimo aniversário do Acordo de Paris, além de ser o prazo para que as nações apresentem suas novas Contribuições Nacionalmente Determinadas, os NDCs, com planos atualizados para combater o aquecimento global. Essas medidas são essenciais para alcançar a meta de limitar o aumento da temperatura do planeta a 1,5°C. O Grupo Consultivo da Juventude, criado pela estratégia Juventude 2030, desempenha um papel estratégico ao fornecer ao secretário-geral da ONU a visão e as recomendações dos jovens.
A ativista brasileira, com sua experiência de vida e conhecimento ancestral, traz uma contribuição inestimável para esse diálogo global. Sua voz, oriunda do coração da Amazônia, ressoa como um lembrete da urgência em proteger os ecossistemas e valorizar os guardiões da floresta.
Formação do Grupo Consultivo de Jovens sobre Mudanças Climáticas
Em 2025, o Secretário-Geral das Nações Unidas concluiu a seleção da terceira turma do seu Grupo Consultivo de Jovens sobre Mudanças Climáticas, que atuará até dezembro de 2026. O Grupo Consultivo de Jovens sobre Mudanças Climáticas do Secretário-Geral da ONU foi lançado em 27 de julho. Este grupo foi estabelecido para amplificar as vozes dos jovens e envolvê-los em um diálogo aberto sobre a crise climática, enquanto a ONU se prepara para aumentar a ambição e acelerar as ações para enfrentá-la, de acordo com as Nações Unidas.
A escolha dos integrantes foi feita a partir de indicações de organizações não governamentais e entidades da sociedade civil com reconhecida atuação nas áreas de juventude e meio ambiente. O processo buscou garantir representatividade regional e diversidade de experiências, saberes e trajetórias, refletindo o compromisso da ONU com a inclusão e a pluralidade.
Os critérios de seleção foram rigorosos. Os candidatos, com idades entre 15 e 29 anos, demonstraram forte alinhamento com os valores das Nações Unidas, além de experiência como líderes, fundadores ou membros ativos de iniciativas climáticas juvenis em diferentes níveis — local, nacional, regional ou internacional. Também foram avaliadas suas habilidades de comunicação, capacidade de articulação com múltiplos atores e conhecimento sobre convenções e políticas climáticas internacionais.

Para garantir imparcialidade e foco na missão do grupo, os membros assumiram seus cargos em caráter individual, desvinculados de afiliações institucionais ou nacionais. Além disso, nenhum dos selecionados havia ocupado anteriormente o papel de ponto focal da ONU em representações juvenis, o que permitiu ampliar o alcance da oportunidade e incluir vozes mais jovens e diversas.
A terceira turma já iniciou seus trabalhos, contribuindo com propostas concretas e inovadoras para acelerar a implementação das prioridades climáticas do Secretário-Geral. O grupo representa um passo importante na construção de uma governança climática mais inclusiva, participativa e orientada para resultados.







































