Na quarta-feira (28), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley, se encontraram em Georgetown, na Guiana, durante a 46ª Cúpula de Chefes de Governo da Comunidade do Caribe (Caricom). Mottley é conhecida por sua defesa veemente de medidas audaciosas para auxiliar países menos desenvolvidos a se adaptarem às mudanças climáticas globais. Ela lidera a “Iniciativa de Bridgetown”, que pede que nações mais ricas assumam os custos e financiamentos necessários para combater as mudanças climáticas nos países em desenvolvimento. Lula expressou apoio à iniciativa em seu discurso de encerramento da cúpula.
Barbados, uma ilha de 430 km², equivalente à cidade de Curitiba, está entre os locais mais vulneráveis às mudanças climáticas previstas para as próximas décadas. Essas mudanças podem resultar em aumento do nível do mar, ameaçando submergir áreas costeiras e ilhas.
Mottley foi reconhecida por seu trabalho ambiental com o prêmio Campeã da Terra da ONU na categoria Liderança Política. No ano passado, ela se destacou na Cúpula para o Novo Pacto Financeiro Global, um evento em Paris organizado pelo presidente francês Emmanuel Macron, que contou com a participação de mais de 300 entidades e mais de 100 chefes de estado, incluindo Lula.
Durante a reunião bilateral, Lula e Mottley discutiram um projeto de cooperação em pesquisa marinha entre a costa do Brasil e do Caribe, bem como a necessidade de uma conexão aérea direta entre o norte do Brasil e Barbados.
Agenda no Caribe Enquanto estava na Guiana, Lula também se encontrou com o líder do país, Irfaan Ali, e o presidente do Suriname, Chan Santokhi, para discutir questões de interesse trilateral, como energia e integração de infraestrutura física e digital.
Na quinta-feira (29), Lula partirá para São Vicente e Granadinas, um pequeno país insular caribenho, onde participará da abertura da 8ª cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) em 1º de março, em Kingstown, a capital.
Embora o Brasil seja um dos fundadores da Celac, o governo anterior deixou a comunidade de 33 nações. A reintegração ao bloco foi uma das primeiras ações de política externa de Lula ao assumir seu terceiro mandato em 2023.