O ferro é o terceiro elemento mais abundante na crosta terrestre, ficando atrás apenas do oxigênio e do silício. No entanto, as jazidas economicamente viáveis, que sustentam a indústria global de minério de ferro, estão concentradas em poucos países. As maiores reservas encontram-se no Brasil, Austrália, China, Índia, Ucrânia, Rússia, Estados Unidos, Canadá e África do Sul, que juntos dominam a produção mundial desse recurso.
O mercado global
O mercado global de minério de ferro, nos últimos anos, tem sido caracterizado por uma crescente participação dos principais produtores e uma busca contínua pela redução de custos. Desde o início dos anos 2000 até 2023, observa-se uma evolução significativa nos preços, influenciada por fatores como a demanda da China, que é o maior consumidor mundial. Estudos recentes baseados em literatura especializada, incluindo 49 artigos brasileiros disponíveis integralmente online, têm se debruçado sobre essa evolução e os impactos das oscilações no mercado internacional.
Embora o consumo chinês tenha se mantido equilibrado, a tendência é de que o mercado global se torne cada vez mais concentrado. Após um período de quedas acentuadas nos preços do minério, o mercado físico parece agora mais estável, comparado ao cenário de 2021, quando a oferta foi interrompida e a produção de aço na China atingiu recordes mensais. Atualmente, mesmo diante das flutuações, o setor se mantém dependente das movimentações do mercado chinês.
No Brasil, a mineração de minério de ferro é uma das mais bem organizadas e estruturadas do mundo, sendo um componente essencial para a balança comercial do país. A Vale, maior produtora nacional, possui uma infraestrutura altamente eficiente, como a Estrada de Ferro Carajás-São Luís, no Pará, que facilita a logística e a exportação. O minério de ferro é, inclusive, o principal item da pauta de exportações brasileira, logo atrás dos produtos siderúrgicos.
Países produtores de minério de ferro
Em escala global, Austrália, Brasil, China e Índia controlam cerca de 86% do mercado de minério de ferro. Historicamente, o Reino Unido, que liderava a produção durante as Revoluções Industriais no século XVIII e início do século XX, viu suas reservas se esgotarem por volta da década de 1960. Hoje, os maiores consumidores do minério incluem a China, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos e União Europeia, com um crescimento médio de 11% ao ano no consumo global.
Recentemente, os preços dos contratos futuros de minério de ferro registraram uma alta significativa, impulsionados por medidas do governo chinês para estimular o setor imobiliário. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian, com vencimento em janeiro, fechou com uma alta de 4,58%, atingindo 742 iuanes por tonelada (cerca de 104 dólares), o maior valor desde agosto. Da mesma forma, o minério de ferro com vencimento em setembro na Bolsa de Cingapura subiu 3,66%, alcançando 99 dólares a tonelada, o maior nível do mês.
Esse movimento nos preços reflete a expectativa de aumento da demanda, especialmente com as políticas de incentivo do governo chinês, que podem revitalizar a procura por minério nos próximos meses. A indústria, portanto, permanece em constante adaptação, buscando equilibrar oferta e demanda em um cenário global cada vez mais competitivo e volátil.
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