Meteorologia Aponta Cheia Dentro da Normalidade no Rio Amazonas

Autor: Redação Revista Amazônia

 

O Serviço Geológico Brasileiro (SGB) anunciou na terça-feira (2) que a previsão para a cheia no Rio Amazonas este ano indica um cenário dentro da normalidade, com um volume de chuvas ligeiramente menor em comparação ao período anterior, marcado por uma seca severa na região. O SGB emitiu o primeiro Alerta do Amazonas para 2024, detalhando as previsões das cotas máximas dos rios Negro, Solimões e Amazonas, além das tendências climatológicas para a área.

A diretora de Hidrologia e Gestão Territorial do SGB, Alice Castilho, destacou os desafios enfrentados no ano passado devido à seca severa, que afetou a navegação, a produção local e a fauna aquática. O alerta emitido agora faz parte do Sistema de Alerta Hidrológico do Amazonas, em operação desde 1989, abrangendo áreas críticas como os municípios de Manaus, Manacapuru, Itacoatiara e Parintins. A antecipação das previsões visa ajudar estados e municípios a tomar medidas preventivas para proteger a população, especialmente aqueles que vivem nas margens dos rios.

Segundo Marcelo Mota, superintendente da unidade do SGB em Manaus, esses dados são cruciais para órgãos como a Defesa Civil dimensionarem suas operações e alocarem recursos de forma eficaz para lidar com as cheias. Jussara Cury, pesquisadora de Geociências do SGB, afirmou que a expectativa para 2024 é de uma cheia de magnitude moderada, com o pico previsto para junho.

Para Manaus, a previsão é que o Rio Negro alcance uma cota máxima de aproximadamente 27,21 metros, com um pico de 28,01 metros. Em Manacapuru, espera-se que o Rio Solimões atinja cerca de 18,31 metros, um pouco acima da cota de inundação. Em Itacoatiara, a previsão indica um nível abaixo da média para o Rio Amazonas, com a cota máxima esperada em torno de 13,06 metros. Já em Parintins, a expectativa é de que o Rio Amazonas alcance cerca de 7,14 metros.

Renato Senna, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, explicou que eventos climáticos como El Niño e o aquecimento do Oceano Atlântico Norte foram os principais responsáveis pela escassez hídrica no ano passado. No entanto, ele ressaltou que o fim do El Niño traz a perspectiva de um alívio nas condições climáticas. Gustavo Ribeiro, meteorologista do Centro Gestor Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), observou a possibilidade de um fenômeno La Niña, que poderia aumentar as chuvas sobre a região, mas ressaltou que ainda é cedo para confirmar sua influência.

Apesar das incertezas, as previsões apontam para uma cheia dentro da normalidade, o que é um alívio para a população e para as autoridades locais, que podem se preparar adequadamente para lidar com os impactos sazonais das cheias na região amazônica.


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