Mudanças climáticas em terras ancestrais
Líderes indígenas brasileiros, reunidos na celebração do 20º aniversário da maior mobilização indígena do país, o Acampamento Terra Livre, em Brasília, expressaram preocupação com os efeitos das mudanças climáticas em suas terras ancestrais. Durante a Semana dos Povos Indígenas de 2024, caciques de diversas regiões relataram os desafios enfrentados por suas comunidades.
Regiões brasileiras impactadas
Região Sudeste Baiara Pataxó, cacique de Açucena, Minas Gerais, observou uma alteração no padrão das chuvas, afetando a produção agrícola local. A comunidade também sofreu com as consequências do desastre ambiental de Brumadinho, trabalhando agora na recuperação ecológica da área.
Região Norte Dario Kopenawa Yanomami, de Roraima, destaca a dupla ameaça das mudanças climáticas e da invasão de mineradores, que além de alterar o clima, contaminam o ambiente com mercúrio, prejudicando a agricultura tradicional.
Região Nordeste Tchydjo Ue, do povo Fulni-ô em Sergipe, relata um aumento significativo da temperatura e mudanças comportamentais nos jovens, que se afastam das práticas agrícolas tradicionais, buscando novas formas de subsistência.
Região Centro-Oeste Ivanice Pires Tanoné, da Terra Indígena do Bananal em Brasília, lamenta a perda das estações frias e a dificuldade em manter as culturas tradicionais devido às variações climáticas extremas.
Região Sul Setembrino, da etnia xokleng em Santa Catarina, e Geomar Crendô, expressam preocupação com as chuvas intensas e a necessidade de ensinar preservação ambiental, enquanto buscam alternativas para garantir a segurança da comunidade.
Agressão ambiental em territórios indígenas
Esses relatos evidenciam a vulnerabilidade das comunidades indígenas às mudanças climáticas e a necessidade urgente de ações de mitigação e adaptação para preservar seu modo de vida e cultura.