Belém será palco, em 10 de novembro, de um dos encontros mais aguardados da COP30: o Festival de Investimento de Impacto e Negócios Sustentáveis da Amazônia (FIINSA). Mais do que um evento paralelo à conferência climática, o festival pretende ser um ponto de virada para o ecossistema de negócios amazônicos, reunindo saberes tradicionais, inovação empresarial e capital de impacto em torno de um mesmo propósito: construir soluções econômicas que fortaleçam a floresta e seus povos.

O FIINSA 2025, com o lema “Onde fazer fala mais alto”, ocupará o Campus de Direito do Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA), das 8h às 21h. A programação intensa vai reunir lideranças indígenas, empreendedores, gestores públicos, investidores, pesquisadores e representantes da sociedade civil. Todos terão espaço para escuta, diálogo e criação coletiva, em um ambiente pensado para valorizar tanto o protagonismo local quanto a projeção internacional da Amazônia.
O festival é realizado pelo Idesam e pelo Impact Hub Manaus, com co-realização do CESUPA e apoio de uma rede de parceiros nacionais e internacionais. Desde sua primeira edição, em 2018, o FIINSA tem se consolidado como um espaço de conexão estratégica, impulsionando economias da sociobiodiversidade e fomentando negócios sustentáveis de base amazônica. Em 2025, ganha uma dimensão especial: posicionar o ecossistema amazônico no centro da agenda climática global.

Conexão entre floresta e mercado
A proposta do festival é ir além dos discursos e discutir como colocar em prática economias que respeitem o tempo da floresta e das comunidades locais. Entre as temáticas previstas estão o fortalecimento da bioeconomia, os modelos de investimento sustentável, a redistribuição de poder de decisão sobre o futuro da região e o papel das populações tradicionais como agentes de inovação.
A programação contempla painéis temáticos, rodas de conversa, feira de produtos da sociobiodiversidade — o Mercado Amazônia —, além de espaços de convivência, experiências gastronômicas e culturais. Performances e vivências sensoriais estão confirmadas, incluindo um grande “banho de ervas”, tradição paraense ligada a rituais de proteção e cuidado. Esses elementos não são apenas atrativos culturais, mas símbolos de como práticas ancestrais dialogam com novos caminhos de sustentabilidade.
Para André Vianna, do Idesam, o festival é um palco de visibilidade para soluções que já estão emergindo dos territórios. “Queremos mostrar como negócios, investidores e comunidades locais estão transformando a realidade amazônica. A COP30 coloca a região no centro do mundo, e o FIINSA vai revelar a força desse ecossistema”, afirma.
Plataforma de transformação
A cada edição, o FIINSA tem servido como espaço de encaminhamentos estratégicos para políticas e investimentos. Em 2025, ao final do festival, será produzido um documento oficial com demandas, propostas e soluções cocriadas, voltadas a fortalecer a bioeconomia e os negócios sustentáveis na região. Essa síntese será entregue a tomadores de decisão nacionais e internacionais, reforçando o caráter de ponte entre comunidades locais e arenas globais.
“O festival é mais que um evento, é uma plataforma de encontro entre quem cria, quem investe e quem acredita na Amazônia. Nosso objetivo é fortalecer a bioeconomia e ampliar os negócios de impacto socioambiental”, destaca o porta-voz do Impact Hub Manaus.
Rede de parceiros
A edição especial da COP30 conta com patrocínio do Fundo Vale, Soros Economic Development Fund, e Bemol. Entre os parceiros institucionais estão o Instituto Sabin, Projeto Saúde e Alegria, Assobio, Redes Amazônidas pelo Clima, Centro de Empreendedorismo da Amazônia, Aliança pelos Investimentos e Negócios de Impacto, Conexsus e Casa Amazônia.
Instituições realizadoras
O Impact Hub Manaus, que celebra 10 anos de atuação, tem como missão fortalecer o empreendedorismo e a inovação de impacto na região. Desde 2015, já apoiou mais de 3 mil empreendedores, investiu em mais de 40 negócios sociais e mobilizou mais de R$ 2 milhões em recursos, construindo uma rede com mais de 500 membros ativos.
Já o Idesam, fundado em 2004, é reconhecido por promover o uso sustentável dos recursos naturais da Amazônia. Foi eleito melhor organização ambiental da Região Norte pelo prêmio Melhores ONGs em 2020 e 2023, além de vencedor do Prêmio Empreendedor Social 2022, da Folha de S.Paulo e da Fundação Schwab.
Com o FIINSA 2025, ambas as instituições reafirmam o compromisso de mostrar que a Amazônia é mais do que um território de riquezas naturais: é também um polo de inovação, criatividade e protagonismo global.
Mais informações sobre o festival estão disponíveis em fiinsa.org.br.











































