Pavilhão Brasil na COP30 promove diálogo nacional sobre ação climática


No coração do Parque da Cidade de Belém, o Pavilhão Brasil foi oficialmente inaugurado nesta segunda-feira (10), marcando o início de uma intensa programação de debates, encontros e diálogos durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30). O espaço, localizado na Zona Azul do evento, abrigará 286 atividades voltadas à participação social, com foco em temas como financiamento climático, mitigação, adaptação e metas nacionais.

Foto: Fernando Donasci/MMA

Durante a cerimônia de abertura, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, descreveu o pavilhão como “um Parlamento Climático” — um espaço de convergência entre governo, sociedade civil, juventude, academia e setor produtivo.
“Esse espaço é o nosso ParlaCOP. Aqui vamos debater os temas mais urgentes e ouvir as vozes da sociedade que estão moldando a nova agenda climática do país”, afirmou a ministra, destacando o caráter democrático e inclusivo do espaço.

Um palco para o Brasil no centro do debate global

O Pavilhão Brasil é o principal espaço nacional dentro da estrutura oficial da COP30, reunindo painéis, mesas-redondas e apresentações com duração máxima de 60 minutos. A programação se estende diariamente das 10h às 19h e será dividida entre quatro auditórios temáticos — Sumaúma e Cumaru, na Zona Azul, e Jadaíra e Uruçu, na Zona Verde.

Na Zona Azul, as discussões se concentrarão na dimensão internacional da política climática brasileira, com foco na implementação das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) do Brasil no âmbito do Acordo de Paris.
Esses debates vão abordar a cooperação com outros países, mecanismos de financiamento climático e as novas metas de redução de emissões até 2035, inseridas no Plano Clima, guia das ações brasileiras para enfrentar a crise climática.

Já na Zona Verde, as atividades se voltarão para o contexto doméstico: políticas públicas de adaptação, resiliência comunitária, bioeconomia, educação ambiental, florestas e segurança alimentar estarão entre os temas em destaque. A proposta é aproximar o debate global da realidade cotidiana dos brasileiros, mostrando como a ação climática pode transformar o desenvolvimento local e regional.

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Bruno Peres/Agência Brasil

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“O momento é de ação climática”

O tema escolhido para o Pavilhão Brasil em 2025 é “O Momento é de Ação Climática”, um chamado à urgência diante da crise planetária. Para Marina Silva, o lema sintetiza o espírito desta COP, sediada pela primeira vez na Amazônia.
“Muitas coisas que serão debatidas aqui vão fortalecer a agenda de negociação global, principalmente em temas como financiamento, mitigação e adaptação. É o momento de agir, não apenas de prometer”, disse a ministra, em discurso emocionado.

A campeã da juventude da COP30, Marcele Oliveira, reforçou a importância da diversidade e da representatividade no espaço: “Quando falamos de mudança do clima, falamos de vida. Este pavilhão vai mostrar a história de um Brasil plural, diverso e capaz de liderar pelo exemplo”.

O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30 e diplomata de carreira do Itamaraty, destacou o simbolismo da iniciativa:
“Uma COP no Brasil é uma oportunidade de mostrar ao mundo nossa capacidade de diálogo e inovação. O Pavilhão Brasil é um convite para que todos mergulhem nesse universo e participem ativamente das soluções”, afirmou.

Participação social como eixo central

Com 286 atividades programadas, o pavilhão se consolida como um dos maiores espaços de participação social já montados em uma COP no país. A curadoria foi organizada pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), envolvendo também universidades, coletivos comunitários e organizações da sociedade civil.

Além dos debates, o espaço abrigará lançamentos de iniciativas e relatórios, apresentações culturais e sessões de diálogo intergeracional, ampliando a visibilidade de ações que articulam ciência, cultura e política climática.

Belém, capital da ação climática

A realização da COP30 em Belém — e a inauguração de um pavilhão inteiramente dedicado à diversidade brasileira — têm também um valor simbólico. Situada na entrada da Amazônia, a cidade se transforma em vitrine da sustentabilidade e da capacidade de articulação do Brasil nas negociações globais.
Para Marina Silva, o Pavilhão Brasil é “um retrato da sociedade que o país deseja construir: inclusiva, sustentável e capaz de inspirar o mundo”.