Pavilhão Pará simboliza o protagonismo amazônico na COP30


No coração da COP30, o Pavilhão Pará, localizado na Green Zone, no Parque da Cidade, em Belém, tornou-se o epicentro da participação do Estado na conferência climática. Mais do que um espaço físico, o pavilhão foi concebido como uma experiência imersiva da Amazônia, reunindo floresta, cultura, arte e ciência em mais de 350 atividades que incluem painéis, exposições, debates e apresentações culturais.

Rodrigo Pinheiro - Ag. Pará

Idealizado pelo Governo do Pará e coordenado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas), o Pavilhão Pará foi pensado como um símbolo do protagonismo amazônico em um momento histórico: a COP realizada dentro da floresta. A proposta é traduzir, em sons, cores e ideias, uma nova forma de fazer política climática — baseada na valorização da floresta viva, na economia verde e na pluralidade de vozes.

“O pavilhão é o nosso ponto de imersão, uma oportunidade para que o mundo vivencie o que é estar na Amazônia e compreender a força do Pará na agenda ambiental global”, afirmou o governador Helder Barbalho, destacando que o espaço reflete o caráter democrático e participativo da política ambiental do Estado.

Amazônia como experiência sensorial e política

Cada elemento do Pavilhão Pará foi planejado para conectar os visitantes ao território amazônico — da decoração inspirada em elementos da floresta à nomeação simbólica das salas. O espaço busca unir ciência, cultura e afetos para traduzir o que significa viver e proteger a Amazônia.

A educadora ambiental Dayana Duarte, de Minas Gerais, que apresentou o painel “Juventudes pelo Clima: vozes e ações que transformam o território”, ressaltou o sentimento de pertencimento proporcionado pelo espaço. “Viver uma COP na Amazônia é um sonho. O Pavilhão Pará nos acolhe e nos conecta. Cada detalhe foi pensado para ambientar o visitante e mostrar a potência das juventudes amazônicas”, disse.

A programação inclui temas como transição justa, bioeconomia, educação ambiental e direitos dos povos da floresta. O objetivo é que governos, organizações da sociedade civil, setor privado, povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais e juventudes possam se encontrar em torno de soluções concretas para a crise climática.

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Rodrigo Pinheiro – Ag. Pará

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Juventude e inclusão no centro do debate

Entre os destaques da programação está a participação de estudantes e jovens lideranças. Sabrina Santos, de 16 anos, aluna da Escola Estadual de Ensino Integral Bilíngue Mestra Idalina Rodrigues Pereira, em Icoaraci, e participante do programa “Meu Futuro, Minha Voz”, do Instituto Limpa Brasil, compartilhou sua motivação: “Precisamos agir nas nossas comunidades, mudar hábitos e inspirar outras pessoas. Cada pequeno gesto pode se transformar em algo muito grande”.

A gestora ambiental Adassa Lima, coordenadora do programa, destacou que esta edição da COP tem um olhar diferenciado sobre os povos amazônicos e a juventude. “A Amazônia precisa ser vista como território de gente, de cultura e de saberes. O Pavilhão Pará mostra que é possível unir esses elementos para construir um mundo mais justo e sustentável”, afirmou.

Cultura e acessibilidade como pilares da experiência

Além das mesas de debate, o Pavilhão abriga a exposição “Juruti Terra Mundurukus e Muirapinimas”, resultado de parceria entre o governo estadual e a Prefeitura de Juruti, além de um palco voltado a apresentações culturais que reafirmam a diversidade amazônica.

Na quarta-feira (12), o coral “Mãos em Melodia”, da Universidade do Estado do Pará (UEPA), emocionou o público ao apresentar músicas regionais traduzidas em Libras, com alunos surdos e ouvintes. “Cada apresentação cultural fortalece nossa identidade e mostra a Amazônia como lugar de inclusão e criatividade”, disse a maestrina Lorena Rátis.

Um espaço de encontro entre mundos

Com acesso livre ao público, a Green Zone é o espaço da COP dedicado à sociedade civil, aberto diariamente das 9h às 19h. Seu papel é aproximar as discussões diplomáticas da realidade das comunidades e dos movimentos sociais. No Pavilhão Pará, essa missão se concretiza: ali, a Amazônia se apresenta como sujeito político global, protagonista de soluções que unem floresta, economia e justiça social.

Mais do que um pavilhão, o espaço representa a visão de um Estado que se reconhece como guardião de um bioma essencial para o equilíbrio do planeta — e que, ao abrir suas portas para o mundo, reivindica o direito de liderar a transição climática com a voz da Amazônia.