O planeta está farto de acordos climáticos não cumpridos”, Diz Lula na ONU


Na abertura da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), realizada em Nova York, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, fez um discurso enfático e contundente, destacando a urgente necessidade de ações climáticas concretas. Em um dos momentos mais marcantes de sua fala, Lula declarou que “o planeta está farto de acordos climáticos não cumpridos“, em referência aos compromissos assumidos pelos países desenvolvidos ao longo dos últimos anos e que não foram devidamente cumpridos.

Essa declaração ecoa a frustração de muitos países em desenvolvimento, que se encontram na linha de frente das consequências das mudanças climáticas, apesar de serem historicamente os menores contribuintes para o problema. Lula criticou diretamente as nações mais ricas, que prometeram ajuda financeira e tecnológica, mas falharam em fornecer apoio suficiente para mitigar os impactos ambientais e promover a sustentabilidade global.

Um Apelo à Ação Urgente

Lula enfatizou que, apesar dos inúmeros encontros globais e acordos climáticos firmados, o mundo continua a enfrentar desastres ambientais de grandes proporções, como ondas de calor, secas extremas, inundações e incêndios florestais. “É hora de menos promessas e mais ações concretas”, afirmou o presidente. Segundo ele, o Brasil está comprometido em fazer sua parte, mas os países mais ricos precisam assumir sua responsabilidade histórica e financeira.

Ele também salientou que o mundo está “em uma encruzilhada”, onde as escolhas feitas agora terão consequências profundas para as futuras gerações. Para Lula, o tempo das palavras passou, e agora é o momento de ações coordenadas e robustas para enfrentar a crise climática de maneira eficaz.

O Brasil como Protagonista na Agenda Climática

Durante seu discurso, Lula reforçou o papel do Brasil como uma liderança global na luta contra as mudanças climáticas. Ele destacou que o país está comprometido em reduzir o desmatamento da Amazônia e impulsionar o desenvolvimento de energias renováveis, além de promover políticas de sustentabilidade ambiental que possam servir como exemplo para o mundo.

O Brasil, sob o governo de Lula, se comprometeu a ser o anfitrião da COP30, a Conferência do Clima da ONU, em 2025, que será realizada em Belém, no Pará. Para o presidente, sediar esse evento no coração da Amazônia é um símbolo poderoso de que o país está comprometido em proteger seu maior tesouro ambiental.

“A Amazônia não é apenas uma riqueza do Brasil, mas do mundo inteiro. E temos a responsabilidade de protegê-la, mas não podemos fazer isso sozinhos”, declarou Lula, pedindo maior apoio internacional para a preservação da floresta.

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Críticas às Desigualdades nas Políticas Climáticas

O presidente brasileiro também abordou o desequilíbrio nas políticas climáticas globais, criticando a falta de justiça climática e as desigualdades entre as nações. Lula apontou que, enquanto os países ricos são os maiores emissores de gases de efeito estufa, são os países pobres que pagam o preço mais alto pelas consequências das mudanças climáticas.

Ele destacou que o mundo não pode continuar a permitir que as nações em desenvolvimento sofram sem o apoio financeiro prometido em acordos anteriores, como o Acordo de Paris. O Brasil, como parte do G77 e outras coalizões internacionais, tem pressionado por uma maior transferência de tecnologias verdes e recursos financeiros para ajudar os países vulneráveis a se adaptarem e mitigarem os impactos da crise climática.

Justiça Climática: Um Novo Modelo de Cooperação Internacional

Lula reiterou a necessidade de uma justiça climática, que leve em consideração as responsabilidades históricas dos países industrializados. Para ele, não é mais aceitável que apenas os países em desenvolvimento, como o Brasil e outras nações do hemisfério sul, sofram os maiores impactos das mudanças climáticas, enquanto os países ricos continuam a falhar em suas promessas.

“Os países ricos têm uma dívida climática com o mundo”, afirmou Lula. Ele defendeu que esses países devem liderar o financiamento de iniciativas para a redução de emissões, bem como para a preservação de ecossistemas vitais como a Amazônia e outras áreas de importância global.

Lula também fez um apelo por uma nova governança global, onde os países em desenvolvimento tenham mais voz nos fóruns internacionais de decisões climáticas. Segundo ele, o sistema atual perpetua desigualdades e não é eficiente o suficiente para lidar com a urgência da crise climática.

O Papel da Amazônia e a Importância de Ações Conjuntas

A Amazônia foi um dos temas centrais do discurso de Lula, que ressaltou o papel crucial da floresta tropical na regulação climática global. Ele reiterou que, embora o Brasil esteja comprometido com a redução do desmatamento e com o desenvolvimento sustentável da região, é necessário um esforço internacional para salvar a floresta.

O Planeta Está Farto de Acordos Climáticos Não Cumpridos”, Diz Lula na ONU“Não podemos ser os únicos responsáveis por salvar a Amazônia. Essa é uma responsabilidade global”, disse Lula, reforçando a necessidade de mais cooperação internacional e investimentos para proteger a biodiversidade e as comunidades indígenas que vivem na região.

Além disso, Lula destacou os esforços do Brasil para implementar políticas públicas voltadas à bioeconomia, que promovam o uso sustentável dos recursos naturais da Amazônia, gerando empregos e renda para as populações locais, sem comprometer o meio ambiente.

As Promessas Não Cumpridas e o Impacto no Mundo

Durante sua fala, Lula criticou a falta de cumprimento dos acordos climáticos firmados em cúpulas anteriores, como a Cúpula do Clima de Paris em 2015. Naquele momento, as nações industrializadas prometeram mobilizar 100 bilhões de dólares por ano para ajudar os países em desenvolvimento a lidar com as mudanças climáticas. No entanto, esse financiamento nunca se concretizou de forma plena.

“O que vimos desde então foram promessas vazias e uma falha coletiva em agir”, declarou Lula. Ele afirmou que sem um compromisso financeiro real, os esforços para mitigar as mudanças climáticas e ajudar os países mais vulneráveis serão insuficientes.

O presidente brasileiro também ressaltou que a transição energética deve ser uma prioridade, mas sem deixar ninguém para trás. Ele pediu por uma transição justa, que leve em conta as necessidades dos países mais pobres e daqueles cujas economias ainda dependem fortemente de combustíveis fósseis.

Compromisso com o Futuro e a Sustentabilidade Global

Lula concluiu seu discurso afirmando que o Brasil está pronto para ser um líder global na agenda ambiental e que o país continuará a pressionar por ações mais ambiciosas em fóruns internacionais. Ele reafirmou o compromisso de seu governo em proteger a Amazônia e promover o desenvolvimento sustentável, mas deixou claro que o Brasil não pode fazer isso sozinho.

 

“Este é o momento de agir. O futuro do planeta depende das escolhas que fazemos hoje”, disse Lula, conclamando líderes globais a tomarem medidas imediatas e significativas para combater a crise climática.

O discurso de Lula na ONU foi uma chamada clara à ação para todos os líderes mundiais. Ele deixou claro que o Brasil está comprometido com o desenvolvimento sustentável e com a preservação da Amazônia, mas que as nações ricas precisam cumprir suas promessas e assumir a responsabilidade pelas consequências da crise climática.

O apelo de Lula por justiça climática e cooperação internacional reflete uma demanda crescente por ações climáticas mais rápidas e eficazes, em um momento em que o mundo enfrenta desafios ambientais sem precedentes.


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