Prêmio Fundação BB celebra 40 anos impulsionando tecnologias sociais e comunidades sustentáveis


As inscrições para a 13ª edição do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social estão abertas até 1º de dezembro, e prometem movimentar o campo da inovação social em todo o país. Nesta edição, a instituição destinará R$ 6 milhões para iniciativas que transformam realidades locais por meio de soluções criativas, sustentáveis e participativas — tecnologias que nascem do diálogo direto com as comunidades e que podem ser replicadas em outros territórios.

Marcelo Camargo/Agência Brasil

O prêmio, consolidado como uma das principais referências brasileiras em inovação social, é mais do que uma disputa de projetos: é um reconhecimento do papel das populações locais na construção de respostas concretas para desafios históricos como insegurança alimentar, desigualdade, crise ambiental e exclusão social.

Entre os destaques de 2025 está o Desafio Fundação BB 40 anos, ação especial que comemora as quatro décadas da fundação ao selecionar dois projetos com investimento de até R$ 1 milhão cada. A proposta celebra o legado da instituição e reforça sua vocação em articular conhecimento técnico e saber comunitário em prol de um desenvolvimento mais justo e sustentável.

Soluções criadas por quem vive os desafios

As tecnologias sociais premiadas pela fundação são exemplos de como inovação pode vir da base. Elas podem ser produtos, metodologias ou técnicas desenvolvidas de forma colaborativa entre pesquisadores e comunidades, com o objetivo de resolver problemas reais e fortalecer a autonomia local.

Segundo o assessor da Fundação BB, Fabrício Araújo, a essência do prêmio está na participação popular: “A tecnologia social nasce do envolvimento das pessoas e da confiança de que elas são protagonistas na transformação de suas próprias vidas. É o conhecimento de dentro para fora, não o contrário”, explicou.

Essa filosofia se expressa em histórias emblemáticas. Uma delas é a das cisternas do semiárido, finalistas em 2001, que evoluíram para uma das mais importantes políticas públicas de convivência com a seca, resultando em mais de 1,3 milhão de unidades instaladas no Nordeste. Outro exemplo é a fossa séptica biodigestora desenvolvida pela Embrapa, hoje difundida em diversas regiões rurais do país. Também merece destaque a Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS), tecnologia que fortalece a segurança alimentar e o empreendedorismo rural familiar.

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Marcelo Camargo/Agência Brasil

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Compromisso com os ODS e a diversidade

Os projetos inscritos devem estar alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). A Fundação BB busca soluções voltadas a áreas estratégicas como alimentação, energia, habitação, meio ambiente, recursos hídricos, saúde, educação e geração de renda.

Uma das novidades desta edição é a valorização de iniciativas que promovam igualdade racial, equidade de gênero e inclusão de povos e comunidades tradicionais. A fundação incorporou o ODS 18 – Igualdade Étnico-Racial, reafirmando seu compromisso com a diversidade e a justiça social.

“Essa é uma inovação simbólica e necessária. Ela amplia o conceito de sustentabilidade, mostrando que desenvolvimento só é possível quando inclui as pessoas historicamente invisibilizadas”, reforçou Araújo.

Reconhecimento, rede e futuro

Além da premiação financeira, os projetos selecionados ganham visibilidade e apoio para reaplicação das tecnologias sociais em diferentes contextos. O objetivo é criar redes de aprendizado e impacto, multiplicando experiências de sucesso em novas comunidades.

Como parte da agenda comemorativa, a fundação realizará, em maio de 2026, em Brasília, a Semana Nacional de Tecnologia Social, que reunirá pesquisadores, lideranças comunitárias, gestores públicos e parceiros estratégicos. O evento será um espaço de debates, trocas e articulação de novos investimentos sociais, culminando na cerimônia de premiação dos projetos certificados.

Com mais de quatro décadas de atuação, a Fundação Banco do Brasil se consolida como uma ponte entre a sociedade civil e o setor público, promovendo soluções sustentáveis baseadas na cooperação. O Prêmio Fundação BB reafirma essa trajetória ao reconhecer que a inovação social não vem apenas de laboratórios, mas das pessoas que reinventam a vida todos os dias.

A 13ª edição chega em um momento decisivo, em que o Brasil busca fortalecer sua economia verde e reduzir desigualdades. Premiar tecnologias sociais é, portanto, um gesto político e ético: investir na inteligência coletiva de um país que, em cada comunidade, encontra caminhos próprios para o futuro.