“Restaura Amazônia: R$ 126 milhões para restaurar 4.131 hectares”


O programa Restaura Amazônia, uma parceria entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), anunciou em 16 de outubro de 2025 o apoio de R$ 126,1 milhões a 17 projetos de restauração ecológica em assentamentos da reforma agrária situados no Arco da Restauração. Essa região, que se estende do Maranhão ao Acre, é caracterizada por altos índices de desmatamento e degradação ambiental.

Foto: Rogério Cassimiro/MMA

Os projetos selecionados visam restaurar uma área de 4.131 hectares, com o plantio de 6,7 milhões de árvores nativas. Estima-se que aproximadamente 80 assentamentos sejam beneficiados, impactando cerca de 6 mil famílias agricultoras e gerando 1.680 novos postos de trabalho. Além da recuperação ambiental, o programa busca fortalecer a cadeia produtiva da restauração florestal, promovendo o desenvolvimento sustentável e a segurança alimentar na região.

Parcerias Regionais

A execução dos projetos será realizada por meio de parcerias com diversas organizações regionais:

  • Macrorregião 1 (Acre, Amazonas e Rondônia): Apoio de organizações como Ação Ecológica Guaporé (Ecoporé), Associação SOS Amazônia, Greendata Centro de Gestão e Inovação Socioeconômica e Ambiental, Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), Fundação Parque Tecnológico Itaipu Brasil (Itaipu Parquetec) e União das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária de Rondônia (Unicafes).

  • Macrorregião 2 (Mato Grosso e Tocantins): Instituições como Instituto Perene, Instituto Centro de Vida (ICV), Itaipu Parquetec, Black Jaguar, Associação Humana Povo para Povo Brasil (Humana Brasil) e Fundação de Apoio Científico e Tecnológico do Tocantins (Fapto).

  • Macrorregião 3 (Pará e Maranhão): Organizações como Fundação Solideriedad, Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), Instituto de Avaliação – Pesquisa, Programas e Projetos Socioambientais, Centro de Pesquisa Ambiental do Nordeste (Cepan) e Cooperativa Alternativa dos Pequenos Produtores do Alto Xingu.

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Foto: Kayo Magalhães/BNDES

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Contexto e Expectativas

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou a importância da restauração produtiva para a construção de florestas produtivas, alinhando a iniciativa aos objetivos da COP30, que ocorrerá em Belém. Segundo ela, a COP30 deve ser um marco para a implementação de ações concretas no combate ao desmatamento e na promoção de uma transição justa e inclusiva.

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, ressaltou que o Restaura Amazônia representa um avanço significativo para os trabalhadores rurais do bioma, ao oferecer alternativas econômicas sustentáveis por meio do reflorestamento com espécies produtivas mais rentáveis do que a soja e a pecuária.

Tereza Campello, presidente em exercício do BNDES, enfatizou que esta é a maior entrega do Fundo Amazônia, destacando a importância do investimento público para garantir a regularização fundiária e a implementação de ações de restauração em larga escala.

Com o sucesso desta chamada, o programa Restaura Amazônia demonstra o potencial de integração entre conservação ambiental e desenvolvimento econômico na região amazônica. A continuidade e expansão de iniciativas como esta são essenciais para reverter o quadro de degradação ambiental e promover a sustentabilidade na Amazônia Legal.