Sacolas plásticas descartáveis estão entre os tipos mais comuns de lixo plástico. Raramente recicladas, elas se degradam rapidamente em microplásticos, que são frequentemente ingeridos por animais, causando ferimentos, estresse e até morte.


Sacolas plásticas: regulações ganham força nos Estados Unidos
Para enfrentar esse problema, muitas cidades e estados norte-americanos adotaram legislações específicas. Até 2023, cerca de um terço da população dos EUA vivia em áreas com algum tipo de política sobre sacolas plásticas. Dez estados haviam implementado leis para proibir o uso ou cobrar taxas para desestimular seu consumo, e outros dois adotaram medidas semelhantes em 2024. Mais de 90% dessas políticas foram implementadas em nível municipal. No cenário global, mais de 100 países já contam com algum tipo de restrição ou taxa sobre sacolas plásticas finas.
Faltavam dados sobre a eficácia
Apesar da ampla adoção dessas políticas, ainda eram escassos os dados sobre sua eficácia. Para preencher essa lacuna, as pesquisadoras Anna Papp (futura pós-doutoranda no MIT) e Kimberly Oremus (professora associada na Universidade de Delaware) analisaram dados coletados por voluntários do grupo Ocean Conservancy entre 2016 e 2023. Utilizando o aplicativo Clean Swell, os voluntários registraram e categorizaram o lixo recolhido em mais de 226 mil locais ao redor do mundo.
“O voluntário conta e classifica os itens recolhidos e insere esses dados no aplicativo”, explicou Oremus.

Comparação entre regiões com e sem leis
As pesquisadoras cruzaram essas informações com as legislações locais sobre sacolas plásticas, comparando áreas com proibição total, cobrança de taxas e sem nenhuma política. Elas também consideraram o tamanho da jurisdição desde estados inteiros até pequenas cidades, e utilizaram regiões sem legislação como grupo de controle.
Redução significativa nas áreas com políticas
O estudo revelou que, mesmo com aumento absoluto na quantidade de sacolas recolhidas, as áreas com políticas específicas apresentaram uma redução de 25% a 47% na proporção de sacolas plásticas em relação ao total de itens coletados, quando comparadas às regiões sem qualquer legislação.
“Definitivamente é menos ruim do que sem as políticas”, afirmou Papp.
As áreas com proibição total ou taxas para o uso de sacolas foram mais eficazes do que aquelas com proibições parciais, que ainda permitiam o uso de sacolas mais espessas. Além disso, proibições em nível estadual mostraram resultados melhores do que as implementadas apenas em municípios.
Outros tipos de plástico não foram afetados
Segundo Oremus, o estudo não identificou efeitos semelhantes em relação a outros itens plásticos como canudos e garrafas, o que indica que a redução observada se deve diretamente às políticas sobre sacolas e não a outros fatores externos.










































