Segurança fluvial ganha reforço da Marinha durante a COP30


O Pará se prepara para receber, em novembro, um dos maiores eventos internacionais de sua história: a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30). Para garantir a segurança das delegações, chefes de Estado e milhares de visitantes esperados em Belém, o Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), firmou uma operação integrada com a Marinha do Brasil e demais forças federais.

Rodrigo Pinheiro/ Agência Pará

O plano concentra especial atenção à fiscalização fluvial, já que a capital paraense é cercada por rios que terão papel estratégico durante a conferência. A Baía do Guajará e o Rio Guamá estarão sob monitoramento permanente, cobrindo áreas de intensa movimentação, como o Ver-o-Peso, o Terminal Hidroviário Internacional e os distritos de Icoaraci e Outeiro, pontos escolhidos para ancoragem de cruzeiros contratados pelo Governo Federal para hospedar parte das delegações estrangeiras.

Segundo a Segup, o esforço é de proporções inéditas. Estão mobilizados cinco mil policiais militares, mil policiais civis e mais de 900 bombeiros militares. A frota fluvial contará ainda com uma balsa equipada para operações de patrulhamento e apoio logístico, tripulada por agentes que atuarão em parceria direta com a Marinha.

O secretário estadual de Segurança, Ualame Machado, resume a dimensão do desafio: “Estamos diante de um dos maiores testes logísticos e de segurança já realizados no Pará. O trabalho integrado garante não apenas a proteção dos líderes mundiais que virão a Belém, mas também a tranquilidade da população. É nosso compromisso oferecer uma cidade segura durante a COP30”.

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Rodrigo Pinheiro/ Agência Pará

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A operação também mobiliza as Forças Armadas em larga escala. No último dia 13, o Navio-Aeródromo Multipropósito (NAM) Atlântico, maior embarcação militar da América Latina, deixou a Base Naval da Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, transportando 1.100 militares das três forças e cerca de 435 toneladas de equipamentos estratégicos. Entre o material enviado, estão armamentos, veículos blindados e viaturas que reforçarão a segurança na capital paraense.

A chegada do Atlântico a Belém marca o início da etapa operacional da “Operação Atlas”, coordenada pelo Ministério da Defesa em integração com o plano de segurança da COP30. O contra-almirante Antonio Braz de Souza, comandante da 1ª Divisão da Esquadra, explica que a mobilização é fruto de um planejamento iniciado há dois anos: “O navio se prepara para atuar em operações conjuntas, em que as três forças estarão integradas, dentro do escopo da conferência”.

Para o capitão de Mar e Guerra José Paulo Azeredo, comandante do Atlântico, a presença da embarcação é mais do que simbólica. “Trouxemos mais de 400 toneladas de material das três forças, incluindo 20 viaturas da Marinha, 49 do Exército e 11 da Força Aérea. Isso mostra a capacidade logística e a relevância da operação para o Brasil”.

A movimentação em torno da segurança da COP30 evidencia como a geografia de Belém, marcada por rios e canais, exige estratégias diferenciadas. Ao contrário de grandes metrópoles onde a mobilidade terrestre é central, na capital paraense a circulação de pessoas e mercadorias por via fluvial terá protagonismo durante a conferência.

A operação conjunta entre estado, União e Marinha reforça não apenas o aparato militar, mas também a imagem do Brasil como anfitrião capaz de garantir segurança e hospitalidade em um evento global. Para além do simbolismo da COP30, as ações deixam como legado melhorias na infraestrutura de segurança pública e cooperação entre diferentes esferas de governo, algo que poderá beneficiar a população de Belém para além dos dias da conferência.