Teatros da Amazônia dão importante passo rumo ao reconhecimento como Patrimônio Mundial

Autor: Redação Revista Amazônia

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) deu um passo significativo ao oficializar a candidatura dos Teatros da Amazônia, o Teatro Amazonas, em Manaus (AM), e o Teatro da Paz, em Belém (PA), à Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO.

Proposta

A proposta foi formalizada na última sexta-feira (31/1) e será submetida à avaliação do Comitê do Patrimônio Mundial, composto por 23 países signatários da Convenção sobre a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural da UNESCO. Caso atendam aos critérios exigidos, os teatros poderão ser reconhecidos como Patrimônio Mundial, elevando ainda mais o status desses ícones culturais da região Norte.

A candidatura foi consolidada com a entrega de um dossiê detalhado, elaborado por um grupo técnico formado pelo Iphan, em parceria com as secretarias de cultura dos estados do Amazonas e do Pará, além das prefeituras de Belém e Manaus. O documento, que será analisado pela UNESCO, busca comprovar o valor universal excepcional dos teatros, destacando sua autenticidade, integridade e relevância histórica e cultural.

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Teatro da Paz em Belém do Pará

“A candidatura dos Teatros da Amazônia reflete o compromisso do Iphan em promover, valorizar e democratizar o Patrimônio Cultural Brasileiro”, afirmou o presidente do Iphan, Leandro Grass. “Essa iniciativa ganha ainda mais importância por representar a riqueza e a diversidade cultural da região Norte, que merece ser reconhecida em âmbito global”, completou.

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Teatro da Paz em Belém

Símbolos da Amazônia urbana

Os Teatros da Amazônia são verdadeiros tesouros arquitetônicos e culturais, símbolos do ciclo da borracha, que marcou a economia e a geopolítica da região entre os séculos XIX e XX. O Teatro Amazonas, inaugurado em 1896, e o Teatro da Paz, aberto em 1878, refletem a influência europeia na arquitetura e nas artes cênicas, mas também incorporam elementos locais que os tornam únicos. Ambos são testemunhos da opulência e do desenvolvimento cultural da Amazônia durante um período de grande prosperidade econômica.

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Teatro Amazonas em Manaus

“Esses teatros não apenas contam uma parte importante da nossa história, mas também representam um marco para todos que contribuíram e ainda contribuem para essa trajetória, desde seringueiros e artesãos até trabalhadores da construção civil e artistas que deram vida aos seus palcos”, destacou Beatriz Calheiro, superintendente do Iphan no Amazonas.

Impacto cultural e turístico

A candidatura dos Teatros da Amazônia tem um significado que vai além do reconhecimento cultural. Com a realização da COP30 em Belém, em 2025, a região ganhará ainda mais visibilidade internacional, e o turismo cultural deve receber um impulso significativo. “Esse reconhecimento tem um valor simbólico enorme para o Brasil, especialmente em um momento em que a Amazônia estará no centro das atenções globais”, afirmou Ursula Vidal, secretária de Cultura do Pará. “Os teatros já são referências culturais da Amazônia, e esse selo da UNESCO ampliará sua divulgação em escala planetária, atraindo ainda mais interesse para a riqueza da nossa cultura e história”, completou.

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Teatro Amazonas em Manaus

Para Candido Jeremias, secretário em exercício de Cultura e Economia Criativa do Amazonas, a oficialização da candidatura é um marco no esforço conjunto dos estados do Amazonas e do Pará para valorizar o Patrimônio Histórico da Amazônia. “Esses teatros já são conhecidos mundialmente e possuem todas as credenciais para integrar a lista da UNESCO”, ressaltou.

Próximos passos

Agora, o dossiê será analisado por especialistas da UNESCO, que avaliarão se os Teatros da Amazônia atendem aos critérios necessários para o reconhecimento como Patrimônio Mundial. Caso aprovados, eles se juntarão a outros 15 bens culturais brasileiros já chancelados pela UNESCO, como o Centro Histórico de Ouro Preto e o Plano Piloto de Brasília.

“Estamos vivenciando um capítulo importante na história de valorização da Amazônia”, destacou Cristina Vasconcelos, superintendente do Iphan no Pará. “Esse processo não apenas fortalece a proteção desses bens culturais, mas também coloca a cultura amazônica em destaque no cenário global”, concluiu.

Com essa iniciativa, o Iphan, em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e o Ministério da Cultura (MinC), reforça seu compromisso com a preservação e a promoção do Patrimônio Cultural Brasileiro, destacando a importância da Amazônia como um dos pilares da identidade e da história do país.


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