Com a proximidade da COP30, a Terra de Direitos lança uma página especial para reunir informações, reflexões e instrumentos de mobilização voltados a povos e comunidades tradicionais. A iniciativa, que entra no ar nesta segunda-feira (3), propõe um espaço digital de fortalecimento da participação popular na conferência climática e de visibilidade para as vozes que historicamente moldam a defesa dos territórios e da justiça ambiental.

A página nasce sob o lema “Sem territórios e povos protegidos, não há justiça climática” — uma mensagem que sintetiza o eixo central da atuação da organização: o reconhecimento dos povos originários, ribeirinhos, quilombolas e demais comunidades tradicionais como protagonistas da luta climática. Mais que um repositório informativo, o novo espaço se estrutura como um portal vivo de articulação política e pedagógica em torno das agendas do clima, dos direitos humanos e do meio ambiente.
Entre os principais destaques está a seção “Posicionamentos dos Povos”, que reúne manifestos e documentos elaborados diretamente por comunidades tradicionais afetadas pelas políticas climáticas. Essa parte do site reflete a pluralidade de vozes e visões sobre o futuro da Amazônia e de outros biomas, mostrando como essas populações constroem alternativas de governança territorial e enfrentam os impactos de políticas excludentes.
Outro eixo central é o conjunto de materiais pedagógicos que compõem a seção “Materiais de Apoio”. Ali, estão reunidas cartilhas, histórias em quadrinhos e publicações didáticas desenvolvidas tanto pela Terra de Direitos quanto por outras organizações e movimentos sociais, nacionais e internacionais. O objetivo é democratizar o acesso ao debate climático e traduzir termos técnicos e políticas globais em linguagem acessível, especialmente para povos e comunidades que vivenciam cotidianamente os efeitos das mudanças climáticas.

A página também apresenta uma ferramenta de leitura e tradução conceitual da política climática: o “Climatês”. O glossário reúne expressões recorrentes em negociações internacionais, como mitigação, adaptação e perdas e danos, com explicações claras e contextualizadas. O intuito é tornar o vocabulário da governança climática compreensível a todos e romper com a barreira técnica que costuma afastar a sociedade civil do debate.
Na seção “10 Perguntas Centrais sobre a COP”, o público encontra respostas diretas sobre a estrutura, os objetivos e as etapas da conferência, ajudando a compreender por que o evento é considerado o principal espaço de decisão global sobre o clima. Além disso, a página sistematiza as principais políticas climáticas do Brasil, bem como as normas internacionais que orientam a ação dos países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.
Um dos diferenciais do portal é a inclusão do posicionamento institucional da Terra de Direitos, apresentado em português, inglês e espanhol. O documento expressa as linhas de incidência política da organização na COP30, reforçando sua atuação junto a parceiros, movimentos e redes que defendem o fortalecimento da justiça climática com base em direitos humanos. Notícias e artigos complementam o conteúdo, oferecendo análises sobre o cenário nacional e internacional da política ambiental.
A nova identidade visual da página — e das redes sociais da organização — segue a estética da publicação lançada em maio, “O que povos e comunidades tradicionais precisam saber sobre a política climática e a COP?”, também elaborada pela Terra de Direitos. As cores terrosas e os grafismos inspirados em elementos da natureza refletem a centralidade dos povos tradicionais na luta por equilíbrio climático e soberania territorial.
Com essa iniciativa, a Terra de Direitos reafirma sua missão de traduzir o complexo universo das negociações internacionais em ferramentas de mobilização social, ao mesmo tempo em que amplia os espaços de escuta e diálogo entre povos tradicionais e formuladores de políticas públicas. Em um ano decisivo para o Brasil — que será sede da COP30, em Belém —, a nova página chega como convite à ação coletiva e à reflexão crítica: nenhuma política climática será justa sem a proteção efetiva dos territórios e das comunidades que sustentam a vida na Terra.







































