Você já parou para pensar que sustentabilidade e energias renováveis não são mais apenas conceitos de futuro distante? Elas já moldam o presente e estão criando uma avalanche de novas oportunidades no mercado de trabalho. De repente, profissões que mal existiam há dez anos se transformaram em carreiras sólidas, com salários competitivos e prestígio. O curioso é que, enquanto algumas pessoas ainda enxergam esse setor como “utopia verde”, outras já surfam na onda e garantem posições estratégicas. E a diferença entre estar dentro ou fora desse movimento pode significar não apenas dinheiro, mas também relevância profissional nos próximos anos.

Sustentabilidade e energias renováveis: os cargos mais promissores
O setor de sustentabilidade e energias renováveis cresce a uma velocidade impressionante. No relatório anual de 2024, foi estimado que o setor alcançou 16,2 milhões de empregos globais em 2023, contra 13,7 milhões em 2022 — um salto de cerca de 18%. Além disso, em 2024, 91% dos projetos comissionados tinham custo menor do que qualquer nova alternativa fóssil.
Aqui vão oito cargos que combinam bom salário, estabilidade e perspectivas de crescimento, aproveitando essas tendências internacionais e nacionais.
Engenheiro de energias renováveis
Esse profissional está no topo da lista de demanda. Solar fotovoltaica (PV) e eólica seguem crescendo fortemente, tanto globalmente quanto no Brasil. Só pra se ter ideia, o Brasil ficou entre os países que mais adicionaram capacidade de energia renovável em 2024, atrás apenas de China, EUA e União Europeia.
Quem domina esses sistemas (projeto, instalação, manutenção) pode conseguir salários bem competitivos, ainda mais em regiões com política de incentivo ou empresas do setor privado investindo pesado.
Gestor de sustentabilidade corporativa
A vinculação de metas ESG à remuneração já é realidade em muitas empresas. Estudo global de 2025 aponta que 78% das companhias de capital aberto atrelam indicadores de sustentabilidade ao bônus de executivos.
No Brasil, pesquisas mostram que 51% das médias e grandes empresas já têm uma estratégia formalizada de sustentabilidade, crescimento de 14 pontos percentuais em relação a 2021.
Especialista em eficiência energética
Com o custo da energia renovável caindo, há uma pressão crescente para otimizar o uso e reduzir desperdícios. As empresas e governos buscam eficiência energética como forma de reduzir custos operacionais e cumprir metas climáticas. Dados recentes mostram expansão em empregos relacionados a instalação de painéis solares, eólica e outras fontes cujos sistemas requerem peritos em eficiência, monitoramento e integração.
Analista de economia circular
A economia circular está mais próxima de virar exigência do que diferencial. Empresas têm sido cobradas por reportes mais transparentes sobre como lidam com resíduos, como reaproveitam matéria-prima, como prolongam vida útil de produtos. Esse profissional passa a ter papel estratégico. No Brasil, cresce o interesse, inclusive legal/regulatório, por práticas sólidas de ESG que incluam economia circular.
Consultor de energias limpas
Projetos solares, parques eólicos, biogás etc. estão por toda parte, inclusive onde antes eram inviáveis. Há cada vez mais demanda para consultores que saibam fazer estudos de viabilidade, contrato de compra de energia, dimensionamento e integração à rede. No Brasil, o setor solar gerou mais de 450 mil empregos desde 2012, refletindo esse crescimento constante.
Cientista de dados ambientais
Com enormes volumes de dados de satélites, sensores IoT, monitoramento climático e requisitos regulatórios, essa função está em plena ascensão. A digitalização da transição energética é apontada como vetor-chave, reforçando a importância desse cargo.
Arquiteto verde
Projetos de construção sustentável, certificações como LEED, análise de conforto térmico, uso de energia solar/passiva, gestão de água – tudo isso eleva a exigência por arquitetos que saibam desenhar pensando em clima, eficiência e impacto ambiental. Em lugares com regulação ambiental ou incentivos fiscais, esses profissionais podem alcançar remunerações acima da média local de arquitetura.
Engenheiro de mobilidade elétrica
O crescimento de veículos elétricos no mundo exige infraestrutura de recarga, integração à rede elétrica, desenvolvimento e melhoria de baterias, além de políticas públicas que estimulem esse setor. Mesmo que no Brasil o avanço ainda dependa de incentivos e regulação, a tendência global é clara, e quem se especializar cedo pode ficar à frente.
Panorama nacional: salários & realidade
Para dar contexto ao Brasil: faixas salariais recentes mostram:
Gerente de ESG: ≈ R$ 25.000 a R$ 40.000/mês
Diretor de Sustentabilidade: ≈ R$ 30.000 a R$ 50.000/mês
Analista de Sustentabilidade / Especialista em ESG: entre R$ 6.000 e R$ 20.000, dependendo da senioridade e da região.
Outro dado brasileiro importante: o setor de renováveis movimentou, em 2024, mais de R$ 53 bilhões e gerou cerca de 457.000 empregos diretos e indiretos no país.
Além disso, 76% das empresas ouvidas em pesquisa disseram que já ocupam posição relevante na maturidade sustentável (ações concretas) e 72% afirmam que o ESG já faz parte de sua estratégia corporativa.
O ritmo de mudança mostra que quem não se preparar poderá ficar para trás. A sustentabilidade e energias renováveis não são hoje tema de nicho, mas parte central de como empresas, governos e pessoas vão trabalhar no futuro. As oportunidades são reais, mas exigem aprendizado contínuo, especialização e visão clara de impacto.
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