Enquanto o governo federal articula a criação de uma força-tarefa para acelerar ações climáticas em preparação para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança no Clima (COP30), uma comitiva do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) visitou, nesta terça-feira (28), as obras financiadas pela instituição em Belém, no Pará.
A capital paraense, que sediará o evento em novembro, passa por transformações significativas, com investimentos de R$ 4 bilhões em infraestrutura urbana, mobilidade e saneamento.
Comitiva do BNDES
A comitiva do BNDES, composta por engenheiros, gestores e assessores, percorreu alguns dos principais projetos em andamento, como o Parque Linear da Avenida Tamandaré e o Terminal Hidroviário, ambos financiados pelo banco. As obras, que incluem macrodrenagem e urbanização, visam reduzir alagamentos em áreas vulneráveis da cidade, melhorando a qualidade de vida da população. “Esses investimentos são fundamentais para proporcionar uma melhor habitabilidade e saúde para os belenenses”, destacou Andresa Gusmão, técnica do Departamento de Gestão Pública do BNDES.
Thais Ribeiro, gestora das obras do Parque Linear, explicou que, embora ainda em andamento, os projetos já trouxeram benefícios, como a redução de alagamentos durante o período chuvoso. O parque, com 1.344 metros de extensão, contará com áreas de lazer, quiosques, playgrounds e arborização, além de infraestrutura de saneamento e drenagem. A comitiva também visitou o Hangar Convenções e Feiras da Amazônia, que está sendo reformado e modernizado para receber eventos da COP30.
Pedro Iootty, assessor da Diretoria Socioambiental do BNDES, ressaltou que os investimentos vão além da preparação para a conferência. “Essa parceria com o Governo do Pará começou em 2023 e visa deixar um legado para a população, com intervenções em equipamentos culturais, infraestrutura e saneamento”, afirmou.
Força-tarefa para o clima
Enquanto as obras avançam em Belém, o governo federal trabalha na criação de uma força-tarefa para o clima, prioridade do embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30. Após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Do Lago explicou que a iniciativa seguirá o modelo adotado pelo Brasil durante sua presidência no G20, envolvendo diversos ministérios e o Banco Central. O objetivo é desburocratizar fundos e acelerar investimentos no enfrentamento às mudanças climáticas.
“As previsões mais pessimistas sobre os impactos das mudanças climáticas se confirmaram. Precisamos agir com urgência e aproveitar as tecnologias e instrumentos atuais para transformar a economia mundial”, declarou Do Lago. Ele criticou a lentidão na análise e aprovação de projetos climáticos e defendeu a modernização dos fundos existentes. “Temos que fortalecer o que já existe, mas também acelerar os processos para que o sistema funcione a favor da urgência”, afirmou.
Preparativos para a COP30
A COP30, prevista para novembro, exigirá uma série de melhorias em Belém para receber os milhares de participantes esperados. Além das obras de infraestrutura, o embaixador destacou que a hospedagem e logística estão sob responsabilidade da Casa Civil. Ele visitou a capital paraense na semana passada, acompanhado de técnicos das Nações Unidas, e afirmou estar impressionado com o progresso. “A equipe da ONU também ficou tranquila após a visita”, disse.
30 obras estruturais na região metropolitana de Belém
Com investimentos do BNDES, do Tesouro do Estado e de um acordo com a Itaipu Binacional, o governo do Pará executa cerca de 30 obras estruturantes na região metropolitana de Belém. Além de preparar a cidade para a COP30, os projetos buscam deixar um legado duradouro para a população, com melhorias em mobilidade, saneamento e desenvolvimento urbano.
Soluções urgentes para mitigar as mudanças no clima
Enquanto o Pará se transforma para receber o mundo, o governo federal trabalha para consolidar uma agenda climática robusta, unindo esforços de diversos setores para enfrentar os desafios ambientais globais. A COP30 promete ser um marco não apenas para Belém, mas para o Brasil e o mundo, na busca por soluções urgentes para as mudanças climáticas.