Adoçante artificial pode aumentar a fome

Autor: Redação Revista Amazônia

De acordo com um estudo recente publicado na Nature Metabolism, a sucralose, um adoçante artificial amplamente utilizado, pode aumentar a fome ao alterar a atividade cerebral em regiões responsáveis pela regulação do apetite, especialmente no hipotálamo, levando potencialmente ao aumento do desejo por comida e do comportamento alimentar.

O Impacto da Sucralose na Fome

O consumo de sucralose foi associado ao aumento do fluxo sanguíneo no hipotálamo, uma área chave do cérebro responsável por controlar a fome e os desejos alimentares, o que resultou em maior apetite em comparação com o açúcar comum. Esse efeito foi especialmente pronunciado em mulheres e pessoas com obesidade, sugerindo que o impacto dos adoçantes artificiais no apetite pode variar conforme o sexo e o peso corporal.

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O estudo, que envolveu 75 adultos entre 18 e 35 anos, indicou que a confusão do cérebro entre o sabor doce e a ingestão calórica esperada pode aumentar os desejos alimentares com o tempo.

Doce Sem Calorias: Um Efeito Enganoso

A resposta do cérebro a adoçantes sem calorias, como a sucralose, revela um descompasso entre a doçura percebida e a ingestão real de energia. Esse desencontro pode confundir os caminhos neurais e estimular mais fome e desejos por comida. Exames de ressonância magnética funcional (fMRI) demonstraram atividade aumentada em áreas do cérebro que regulam o apetite, como o hipotálamo, após o consumo de sucralose, em comparação com sacarose (açúcar comum) ou água.

Os participantes relataram sensações mais fortes de fome após consumir sucralose, efeitos mais evidentes em mulheres e pessoas com obesidade. Isso reforça a ideia de que a expectativa do cérebro em relação ao consumo calórico desempenha um papel importante na forma como adoçantes artificiais afetam o comportamento alimentar.

Respostas Hormonais à Sucralose

Ao contrário da sacarose, a sucralose não estimula a liberação de hormônios reguladores do apetite, como a insulina e o GLP-1. Esses hormônios normalmente enviam sinais ao cérebro para reduzir a fome após a ingestão de calorias. A ausência dessa resposta hormonal contribui para o aumento da sensação de fome e pode incentivar um maior consumo de alimentos ao longo do tempo.

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O estudo também destacou que essa falta de resposta hormonal é ainda mais significativa em pessoas com obesidade, que apresentaram respostas hipotalâmicas mais intensas após consumir sucralose, em comparação com indivíduos com peso considerado normal. Isso sugere que o peso corporal pode influenciar a forma como adoçantes artificiais afetam os mecanismos cerebrais de controle da fome.

Desenho do Estudo e Implicações

O estudo foi um ensaio randomizado cruzado, no qual os participantes consumiram, em dias diferentes, bebidas com sabor de cereja contendo sucralose, sacarose ou apenas água. Os intervalos entre as sessões variaram de dois dias a dois meses. Exames cerebrais e de sangue revelaram diferenças claras na forma como esses adoçantes afetaram a atividade cerebral relacionada ao apetite e os sinais metabólicos.

Esses resultados desafiam a suposição de que adoçantes não calóricos como a sucralose ajudam no controle de peso, sugerindo que, na verdade, podem estimular desejos alimentares e aumentar o consumo com o tempo. Para quem busca controlar o peso ou reduzir a ingestão de açúcar, a pesquisa destaca a necessidade de cautela ao usar adoçantes artificiais como substitutos do açúcar.


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