Sustentabilidade e Segurança Alimentar Devem Caminhar Juntas

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Autor: Redação Revista Amazônia
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Segurança alimentar e preservação ambiental

Em meio à crise climática, a produção de alimentos sustentáveis tornou-se uma prioridade global, especialmente considerando que 2,3 bilhões de pessoas enfrentam algum nível de insegurança alimentar e 735 milhões passam fome. Este cenário foi discutido por pesquisadores durante a mais recente edição do Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação, realizada virtualmente em 3 de junho.

Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP, destacou na abertura do evento que segurança alimentar e sustentabilidade são temas recorrentes em conferências internacionais e fazem parte das negociações da Conferência do Clima da ONU. Ele enfatizou a importância do Brasil como um grande produtor agrícola global que contribui para a redução da fome, mas que enfrenta pressões para adotar práticas sustentáveis.

Captura de tela 2024 06 10 110933Antonio Marcio Buainain, professor do Instituto de Economia da Unicamp, lembrou que por décadas a fome foi vista principalmente como um problema de oferta de alimentos. Ele citou Josué de Castro, um dos fundadores da FAO, que em 1946 já apontava a coexistência de fome e abundância em seu livro “Geografia da Fome”. Buainain argumentou que a fome é um problema multifatorial, incluindo acesso aos alimentos e situações de guerra ou desastres, como os recentes no Rio Grande do Sul.

Regina Aparecida Leite de Camargo, professora da Unesp em Jaboticabal, apresentou o conceito de sindemia global, que relaciona alimentação, saúde e meio ambiente, manifestando-se como desnutrição, obesidade e mudanças climáticas. Ela destacou que é vergonhoso que ainda existam 735 milhões de pessoas passando fome e 2,3 bilhões em insegurança alimentar, além de um aumento significativo no sobrepeso desde 1990.

Sustentabilidade na Produção Agrícola

Com o crescimento da população e da demanda por alimentos, a importância da ação humana na mudança climática tornou-se evidente. José Roberto Postali Parra, professor da Esalq-USP, destacou o papel do controle biológico de pragas como uma solução sustentável. Ele dirige o Centro de Excelência em Controle Biológico (SparcBio), uma parceria entre a FAPESP e a Koppert Biological Systems.

Parra explicou que o Brasil, líder em agricultura tropical, desenvolveu suas próprias tecnologias de controle biológico para regiões tropicais, adaptadas à realidade local. Atualmente, existem 695 produtos biológicos registrados, um número ainda inferior aos 3.700 produtos químicos registrados.

Ele ressaltou que, embora o controle biológico tenha se profissionalizado e crescido nos últimos anos, ainda é mais comum em grandes propriedades. O objetivo é que essas tecnologias se tornem acessíveis também para pequenos produtores no futuro.

O evento contou com a participação de Natacha Jones, diretora-executiva do ILP, e do deputado estadual Itamar Borges, presidente da Comissão de Atividades Econômicas da Assembleia Legislativa de São Paulo.

O debate completo está disponível no link: Assista ao debate.


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