Repensando o Progresso e Uma Perspectiva Além do PIB

Autor: Redação Revista Amazônia

O PIB e a Otimização de Pareto

O progresso, como tradicionalmente entendido pelas abordagens econômicas neoclássicas, tem sido sinônimo de crescimento econômico, medido pelo aumento do Produto Interno Bruto (PIB). No entanto, essa visão tem sido cada vez mais questionada, com críticos apontando as limitações do PIB como uma medida única de progresso e bem-estar.

A Otimização de Pareto e os indicadores subsequentes foram construídos para levar em conta diferentes fatores e externalidades, como a degradação ambiental e a desigualdade social. No entanto, esses indicadores ainda estão enraizados na perspectiva neoclássica, que vê o progresso como um subproduto da “mão invisível” que garante a estabilidade do sistema econômico (Smith, 1776). Economistas marginalistas propuseram a Otimização de Pareto, como um mecanismo de melhoria, ou progresso, para atingir a alocação de recursos de mercado mais eficiente (Buchanan, 1962).

A Economia Ecológica como Alternativa

A economia ecológica oferece uma alternativa que considera a interação do sistema econômico com outros sistemas biofísicos na medição do bem-estar e do desenvolvimento econômico. Ela argumenta que a economia neoclássica carece de uma correta conceituação da natureza e de outros sistemas, o que por sua vez desenvolve uma perspectiva de crescimento infinito que causa uma situação de redução do bem-estar (Faber, 2008, p.2). A economia ecológica modifica o princípio da eficiência quando introduz o sistema econômico dentro de uma rede complexa de macro sistemas, que são sustentados por outros princípios, como os ecológicos (Spash, 2012).

“Buen Vivir”: Uma Perspectiva Decolonial

A abordagem “Buen Vivir” contribui com uma perspectiva decolonial, buscando desacoplar o bem-estar social e a sustentabilidade do crescimento econômico e do progresso. Ela oferece uma visão contrastante com a visão neoclássica tradicional, que se baseia em perspectivas marginalistas de utilidade, maximização de lucro e otimização de produção.

Em conclusão, o PIB, apesar de suas limitações, continua sendo um elemento importante para medir o bem-estar e o progresso em uma sociedade. No entanto, é crucial que continuemos a explorar e desenvolver novas medidas e abordagens que possam capturar uma imagem mais completa e holística do progresso e do bem-estar.


Edição atual da Revista Amazônia

Assine nossa newsletter diária