UNICEF é reconhecido por levar água potável a comunidades indígenas e ribeirinhas da Amazônia

Projeto premiado em encontro de tecnologia social mostra soluções eficazes e sustentáveis diante da crise climática


O projeto Resposta à Crise Climática na Amazônia, desenvolvido pelo UNICEF, foi premiado como a melhor iniciativa do Eixo Temático 2 – “Tecnologias de Acesso à Água em Terras Indígenas na Amazônia” durante o II Encontro de Tecnologia Social da Amazônia (II ETS Amazônia), realizado entre 24 e 27 de junho, no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), em Manaus.

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Iniciativa se destaca no combate à crise hídrica

A ação beneficia mais de 200 comunidades da região amazônica, incluindo áreas do Alto e Médio Rio Solimões, uma das mais impactadas pelas secas severas de 2023 e 2024. Nessas localidades, famílias indígenas e ribeirinhas convivem há décadas com a dificuldade de acesso a água potável e saneamento básico.

Soluções locais para desafios globais

Rayanne Cristine Maximo França, chefe do escritório do UNICEF em Manaus, ressaltou que o prêmio reconhece um esforço coletivo entre comunidades, instituições parceiras e as equipes do UNICEF. Ela destacou a importância de soluções inovadoras e sustentáveis diante dos impactos cada vez mais intensos da crise climática.

“Levar água segura para populações tradicionais da Amazônia exige adaptação ao território e um compromisso de longo prazo. Nosso objetivo é garantir que nenhuma criança ou adolescente fique sem acesso a esse direito fundamental”, afirmou.

Conhecimento científico e saberes tradicionais reunidos

O Encontro de Tecnologia Social da Amazônia é um espaço para trocas de experiências entre instituições científicas, lideranças comunitárias, organizações da sociedade civil e pesquisadores. O evento, em sua segunda edição, busca fortalecer soluções sustentáveis, aplicáveis em diferentes contextos e que conciliem conhecimentos tradicionais com ciência, sempre alinhadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).

A programação envolveu mesas temáticas, oficinas, apresentações acadêmicas, visitas técnicas e uma Feira de Sociobiodiversidade.

Ações emergenciais e estruturantes

Iniciado em 2023, no auge da primeira seca histórica da região, o projeto integra respostas imediatas e estratégias de longo prazo para garantir o acesso à água, saneamento e higiene (WASH). As ações são realizadas em parceria com o Governo do Amazonas, a Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs), universidades, institutos de pesquisa e entidades da sociedade civil, com apoio da União Europeia e de empresas do setor privado.

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Paulo Diógenes, Oficial de Água, Saneamento e Higiene do UNICEF em Manaus, destacou que o reconhecimento recebido evidencia a urgência de soluções adaptadas à realidade amazônica. “A crise climática já impacta o cotidiano de milhares de famílias. Nosso trabalho é garantir acesso contínuo à água potável e serviços adequados de saneamento”, afirmou.

Resultados transformadores

Entre os principais impactos do projeto, estão:

  • Reabilitação de sistemas de abastecimento com uso de bombas solares, filtros e cisternas de placa;

  • Melhoria da infraestrutura de 91 escolas e unidades de saúde com fornecimento de água e energia solar;

  • 70 mil pessoas com acesso ampliado a água potável e sistemas de monitoramento da qualidade;

  • Distribuição de kits de higiene e dignidade menstrual para 10 mil pessoas;

  • Construção de três cisternas de 52 mil litros na região do Rio Solimões.

Além das ações emergenciais, o projeto fortalece a gestão sustentável da água com metodologias adaptadas da Organização Mundial da Saúde (OMS), como o Plano de Segurança da Água (PSA) e o WASH-FIT, ferramenta de avaliação das condições de saneamento em unidades de saúde. Essas abordagens aumentam a resiliência das comunidades e elevam a qualidade da atenção básica em saúde.

Caminhos para o futuro

O reconhecimento recebido no II ETS Amazônia destaca a relevância de unir tecnologias sociais, políticas públicas e saberes tradicionais para assegurar um direito básico: o acesso contínuo à água limpa e ao saneamento digno.

O UNICEF segue mobilizando parcerias técnicas e financeiras para expandir essas soluções sustentáveis, adaptadas às condições da floresta, com o compromisso de garantir que nenhuma criança da Amazônia fique para trás.